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Período que antecede a menopausa inicia fase de alerta para as mulheres

No domingo, escrevi sobre a importância do sexo para as mulheres mais velhas. Esse foi um dos trabalhos de maior destaque do encontro anual da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, no fim do mês passado, mas há outros assuntos igualmente relevantes nesse estágio da existência feminina. O que todas devem considerar é que o processo do climatério, que marca a transição do período fértil para o não reprodutivo, inicia uma fase na qual é preciso cuidado redobrado, porque a diminuição na produção de hormônios representa um impacto profundo na saúde e no bem-estar. A queda do nível de estrogênio, por exemplo, está associada ao aumento do risco de Doença de Alzheimer para as mulheres. No evento, foi apresentado estudo mostrando a relação entre o declínio da presença de estrogênio e a menor eficiência das mitocôndrias em produzir energia – elas são responsáveis por 90% do que o organismo consome – o que poderia afetar a capacidade cognitiva.

Outro estudo divulgado no evento relaciona a presença de dois ou mais sintomas da menopausa, de moderados a severos, ao aumento do risco cardiovascular. A lista de problemas que poderiam funcionar como um gatilho inclui: ondas de calor, suor noturno, tontura, palpitação, tremores, fadiga, dificuldade de concentração, problemas de memória, mudanças de humor, enxaquecas, sensibilidade das mamas, ressecamento vaginal e levantar-se inúmeras vezes à noite. Isoladamente, as ondas de calor, embora incômodas, não apresentaram nenhum potencial de perigo. Para o cardiologista Matthew Nudy, autor do trabalho, a combinação de sintomas é que merece atenção, principalmente se levarmos em conta que as doenças do coração são as que mais matam mulheres.

utilização de maconha para controlar os sintomas indesejáveis também vem sendo acompanhada pela Sociedade Norte-americana de Menopausa (NAMS, em inglês). Um grupo de 232 mulheres, com idade média de 56 anos, participou de uma pesquisa realizada na Califórnia. Entre as queixas relatadas, 54% sofriam com ondas de calor e suor noturno; 27% tinham insônia; e 69%, questões de trato urinário. Entre elas, 27% usavam maconha regularmente para minimizar os desconfortos; 10% estavam interessadas em experimentar a droga; e apenas 19% se valiam de um tratamento convencional, como reposição hormonal. No entanto, a pesquisadora Carolyn Gibson explicou que não há comprovação da eficácia da droga: “não sabemos se a maconha é segura ou eficiente no manejo dos sintomas da menopausa, mas o levantamento sugere que seu uso pode ser mais comum do que imaginamos, o que deve ser levado em conta pelos serviços de saúde”.

Da redação/ Com G1

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