
O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou nesta quinta (20) que a cirurgia a qual foi submetido correu bem. O decano afirmou ainda esperar ter alta já neste fim de semana.
“Acabou a cirurgia! Entrei às 9h30 e saí às 16h30! Tudo correu muito bem, segundo o cirurgião e sua equipe. Devo ter alta neste sábado. No máximo, domingo. Estou me sentindo bem. Sobrevivi”, escreveu o ministro.
O decano saiu de licença médica nesta quarta (20) para a realização de um ‘pequeno procedimento cirúrgico’, segundo informou a assessoria do Supremo. Celso é o relator do inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal, conforme acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. O Supremo não informou a duração do período de licença do decano.
Na Corte, na Procuradoria-Geral da República (PGR) e na Polícia Federal, é aguardada com expectativa a decisão de Celso de Mello sobre o depoimento de Bolsonaro na investigação sobre a suposta interferência do chefe do Executivo na PF. Em julho, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo que o presidente possa escolher a forma como prefere depor no inquérito.
Em decisão recente, Celso de Mello já disse que autoridades investigadas não têm direito a depoimento por escrito, mas o ministro ainda não decidiu sobre o caso. Celso também costuma ser o “fiel da balança” em julgamentos da Lava Jato que ocorrem na Segunda Turma do STF, tendo papel decisivo para a definição do placar.
O ministro foi homenageado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, na sessão desta quarta (19). “Celso de Mello é também firme defensor da independência judicial, do Poder Judiciário e do Supremo Tribunal Federal. Temos assistido, no Brasil e no mundo, a manifestações crescentes de intolerância e de ódio coletivo à instituição judicial, as quais correspondem a ataques à própria democracia e às suas salvaguardas”, disse Toffoli, ao elogiar o decano, que completou 31 anos de atuação no tribunal.
Cirurgia
Celso se afastou das atividades na Corte em janeiro deste ano por conta de uma cirurgia médica no quadril e acabou depois internado em razão de um quadro infeccioso. No final de março, o decano se submeteu a teste para o novo coronavírus após ter contato com o infectologista David Uip, durante internação em São Paulo. O médico foi diagnosticado com covid-19 dias depois do encontro com o ministro.
O resultado do exame de Celso de Mello levou dez dias para ficar pronto e foi negativo. Em abril, o ministro retornou aos trabalhos no STF.
O decano se aposenta compulsoriamente em novembro, abrindo a primeira vaga na Corte para indicação de Bolsonaro.
Da redação/ Com R7





