
Todo mundo tem um talento que pode ser considerado uma habilidade especial ou até mesmo um dom. No caso da professora e artesã Maria de Socorro, de 63 anos, a vocação tem grande influência de objetos simples e uma mistura de cultura regional. Socorro vê inspiração em materiais reciclados e na técnica do fuxico para criar as suas peças que, geralmente, são temáticas e acompanham as festividades do ano.
Segundo a artesã, as ideias surgem de repente, com produtos simples como embalagens de leite em pó, que se transformam em fivelas de cabelo ou no recipiente de extrato de tomate, tornando a embalagem em um porta fósforo decorado. Mas o entusiasmo vai além, e tem artefatos feitos até de rolo de papel higiênico, que são repaginados até dar forma ao espantalho, feito para o período de São João. Os valores variam de R$ 2,00 a R$ 15,00.
“Ah, minha filha, acho que é questão de espiritualidade. Eu não sei explicar, a ideia surge e eu faço. Raramente eu olho algumas coisas na internet para me inspirar, mas não gosto de nada copiado porque não parece que eu fiz. Acho que a maioria das pessoas que trabalham com arte tem isso de receber a inspiração”, conta.
A ligação de Maria de Socorro com o artesanato vem da infância, e tem influência da mãe, que era bordadeira.
“Eu faço artesanato desde os meus 7 anos. Minha mãe era bordadeira e minha madrinha me incentivou a seguir por esse caminho quando ela notou que eu tinha talento. Aos 15 anos, uma professora da escola que eu estudava me estimulou a continuar criando as peças e por aí eu comecei”, explica.
A venda é feita no bairro, no boca a boca, entre os vizinhos, pais de alunos e familiares. Socorro já é conhecida entre os moradores da Mustardinha, na Zona Oeste do Recife.
“Aos domingos eu monto uma barraca com a minha amiga. O ponto fica na calçada da avenida principal. Ela vende os produtos dela e eu os meus. Mas eu também tenho encomendas. Os clientes já pedem uma quantidade certa para presentear os parentes ou conhecidos”.





