No bojo das discussões que tomam conta do país sobre o tema fake news, onde o Congresso Nacional, o STF e entidades da sociedade civil estão mobilizados para combater a propagação de notícias falsas, desinformação e discursos de ódio que tem tomado as redes sociais do Brasil – e do mundo – desde o início do processo eleitoral de 2018, o ExpressoPB.net apresenta a segunda reportagem da série “Milícia Digital, Gabinete do Ódio em Mari”.
A primeira reportagem ganhou uma grande repercussão não só local, mas também regional (Leia Aqui), fazendo uma conexão com o cenário nacional que aborda o tema das fakenews, visando o desequilíbrio político, eleitoral e social no Brasil.
O “Gabinete do Ódio” criado em Mari, através das milícias digitais, tem total semelhança com o que está sendo desmontado pelo STF em Brasília, e elas tem o objetivo de destruir a harmonia social na cidade, provocar um clima de guerra e a retomada do poder municipal.
Nessa segunda reportagem da série, o ExpressoPB.net continua a analisar cerca de 1 mil arquivos, postagens na rede social facebook, em um perfil denominado Mary Luna, criador das fake news responsável pela disseminação em outras dezenas de perfis fake do próprio facebook, mas em pelo menos 5 grupos de whatzapp e algumas dezenas de perfis no instagram.
O levantamento feito foi encomendado a terceiros, já que os alvos dos ataques fakes geralmente são bloqueados pelo perfil, para que as vítimas não tenham o direito de defesa e a mentira postada soe como verdade absoluta.
O gráfico a seguir, mostra o “FAKE MÃE” que teve seu embrião plantado a partir de 04 de janeiro de 2017, conforme já foi explicado na reportagem inicial da série. O perfil possui mais de 4500 seguidores, mas suas filiais têm outros tantos mais. Pelo menos, além do “FAKE MÂE”, mais outras dezenas estão intimamente conectados e funcionam como canais de reprodução de seus conteúdos e comentaristas das criações falsas lá postadas.
De lá, os comentários e as criações fakes com ataques e mentiras aos seus alvos são replicados nos grupos de whatsaap seja através de links ou prints, rede que também abastece perfis no instagram, todos criados com a finalidade de produzir fakes e fazer disparo em massa de difamação, achincalhamento, noticiais falsas e provocar a desarmonia social.
Contra informação – O comportamento da milícia digital supõe ter uma estratégia clara de criação de contra informação para confundir quem os ler. Basta passear pelas postagens para perceber o “malabarismo” feito pelo seu “mentor intelectual” para enganar aqueles que não estão acompanhando por completo os fatos reais do cotidiano mariense.
Para chegar a essa conclusão o ExpressoPB.net em um trabalho de pesquisa e parceria, apresenta exemplos claros de como funciona o processo de contra informação da milícia, nos moldes operandi de “organização criminosa”.
No mês de março estourou o escândalo de um outro fake, o Mari Bomba (esse no instagram) com eventuais casos extraconjugais de pessoas públicas da cidade. Nesse episódio, o próprio prefeito de Mari foi acusado de estar tendo um caso com uma servidora pública municipal.
O escândalo ganhou proporções que chegaram a Delegacia de Polícia e tomou conta da mídia. Para se declarar insuspeito, o “fake mãe” das milícias [o que se apresenta no topo do infográfico 1] fez postagem no dia 06 de março recriminando quem fala da vida pessoal e alerta a seus seguidores que lá só há espaço para se falar de política, mas esqueceu de apagar o poste publicado em 29 de janeiro colocando em dúvida a vida conjugal do Gerente de Finanças da Prefeitura de Mari, André Antonio.
O “Mary Luna” replicava mensagem de outro fake, o Michelle Trajano, mais um de sua rede de disseminadores de ódio, que também expunha em fevereiro a vida pessoal do mesmo servidor público, com mentira, calúnia e difamação pessoal.
No infográfico acima é possível perceber a tentativa do referido fake de se apresentar a opinião pública como alguém ético e ordeiro, quando na verdade se comporta sem nenhum escrúpulo para difamar alguém que não milita politicamente no mesmo grupo.
O aviso falso de que não permitiria exposição de vida pessoal foi uma contra informação para se livrar de eventual investigação no caso do fake no instagran [Mari Bomba, citado acima], já que o caso está sob investigação policial. O fato do fake pertencer a outra plataforma digital, não quer dizer que não faça parte da mesma milícia, isso só as investigações irão comprovar.
Na última semana, a rede miliciana digital do Gabinete do Ódio, criou e distribuiu uma fake News acusando o mesmo servidor da Prefeitura de Mari, André Antonio de ter realizado uma festa de aniversário no dia 25 de maio, desta feita quebrando isolamento social decretado pelos Governos Estadual e Municipal.
Imagens do suposto aniversário circulou nos grupos de whatsaap como rastilho de pólvora, quando na verdade se tratava do aniversário do referido servidor ocorrido no ano anterior (2019) na Granja O Gonzagão. Nem mesmo as negativas do aniversariante, do proprietário do ambiente onde ocorreu o evento em 2019 foi o bastante para cessarem o compartilhamento das imagens e a acusação da quebra do isolamento social por parte dos que estavam nas imagens.
Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos que podem ser apresentados aqui, mas que por questão de técnica jornalística não será possível apresentar outros nesta reportagem.
Mas voltemos ao pôster com a exposição desavergonhada do servidor, pois ele [o pôster] além de comprovar a má fé do moderador do perfil, sugere uma mensagem subliminar, assim como tem ocorrido em outros casos, uma mensagem pedagógica para amedrontar quem tentar confrontá-lo: “se nos contrariar podem ser expostos também”.
Vereadores acuados e desinformação para intrigar – A estratégia do “Gabinete do Ódio Mariense” é ousada, parece coisa de advogado de porta de presídio, que para defender seu cliente aprende a “estragema” do crime, que o digam os vereadores com acento na Câmara Municipal de Mari.
Acuados, os parlamentares vivem amedrontados pelo linchamento virtual que sofrem a partir do “fake mãe”, compartilhado pelos filiais e militantes de um determinado grupo político (assunto para uma outra reportagem).
Para provocarem uma verdadeira intriga, o fake usa a sua estratégia de confundir com narrativas engenhosas, daí a contra informação entra no jogo logo que preciso.
No episódio recente do ex-vice-prefeito Jobson da Farmácia e da Vereadora Valeska, onde estavam se desligando do grupo do atual prefeito e migrando para a oposição. De pronto o fake acusou os radialistas Emerson Aluizio e Marcos Sales da Rádio Araçá FM (tidos como alvos número 1 dos ataques milicianos) de conspirar para a derrocada do casal. Na teoria de conspiração construída pelo fake, os comunicadores estariam trabalhando nos bastidores para que a parlamentar e o marido fossem expulsos do grupo situacionista.
O objetivo era colocar os radialistas da Araçá FM em confronto político e pessoal com a vereadora e o marido. Logo a aliança deles [Jobson e Waleska] com a oposição não prosperou e a estratégia se inverteu, eles se tornaram alvo da milícia virtual.
Um vídeo de 2012 de uma entrevista do então vice-prefeito Jobson a uma emissora de Rádio de Guarabira no qual Jobson faz denúncias contra a gestão da época foi ressuscitado dos arquivos “mortos” da milícia e amplamente divulgado pelo Mary Luna, mas com um detalhe: a publicação era como se o vídeo fosse de agora, provocando um verdadeiro bombardeio contra Jobson e Waleska nas redes sócias (facebook, instagran e whatsaap) dos perfis fake e dos militantes políticos ligados a oposição. Uma notícia falsa, escancarada, já que não se trata do momento atual e em nada o vídeo da entrevista de 2012 tem a ver com o fato político de 2020.
Mas não só o casal Jobson e Valeska foram alvo dos ataques, vereadores como Arlinda Meireles e Marilene Rufino foram ameaçadas de irem pro “paredão” da milícia.
A milícia virtual pratica aquilo de que acusam os outros. Com o único intuito de criar um clima de desarmonia social entre os parlamentares, a população e a Rádio Araçá FM, eles propagam a partir do Mary Luna que comunicadores da referida emissora vivem a detratar os vereadores e mais uma vez usam a contra informação para espalhar fakenews.
A vereadora Arlinda Meireles, por exemplo, foi por diversas vezes pressionada por eles em dado momento, em outros acusada de ter se vendido ao prefeito quando de sua adesão ao grupo situacionista. A vereadora Marilene Rufino, atacada gratuitamente apenas por fazer um elogio ao trabalho do Secretário Severino Ramo, outro que é massacrado pela claque virtual.
Os fakes, desde muito cedo iniciaram uma campanha de desqualificação dos vereadores da Câmara Municipal de Mari, com o objetivo de desgastá-los diante da opinião pública, o que inibe qualquer ação dos parlamentares por medo de serem linchados, não só nas redes sociais, mas correndo o risco de serem atacados nas ruas, graças as mentiras e acusações dirigidas a eles, conforme mostra o infográfico abaixo.
Narrativas conspiratórias – A milícia virtual cria as narrativas conspiratórias como forma de provocar desconfianças em todos os setores da sociedade. Da igreja ao cemitério, ninguém tem sossego.
A rádio é o ponto de partida de toda a narrativa deles, conforme mostramos na primeira reportagem da série. É de lá que falas são distorcidas, pessoas são expostas por usarem o direito de se expressarem e os apresentadores de programas jornalísticos são aviltados na sua integridade moral.
Quando os comunicadores da emissora fazem cobranças e críticas à gestão municipal, a milícia e sua rede de fakes em todas as plataformas digitais espalham a falsa notícia de que a rádio seria o laboratório da conspiração contra o governo de Antônio Gomes, com isso criam uma desconfiança dentro da gestão com especulações sobre o que se conspiraria dentro da rádio para prejudicar o governo local.
Na contramão do que dizem em dada situação, como a descrita acima, eles criam, dependendo de seus interesses momentâneos, a falsa notícia de que a rádio seria a “Rádio Gomes”, que todos recebem dinheiro lá dentro, expondo familiares de comunicadores e os próprios comunicadores que por ventura tenham cargos na gestão local, como é o caso da própria apresentadora Mayara Paiva e da esposa do comunicador Marcos Sales.
Na tentativa de criar um clima de ódio, a milícia digital aborda o assunto como se estivesse imputando crime ao fato dessas pessoas prestarem serviço a prefeitura, de forma legal. Ao abordarem o tema com frequência, expõem salários, endereços, locais que costumam visitar e apresentam comentários depreciativos buscando insuflar a sociedade contra essas pessoas e os integrantes da rádio Araçá FM.
A tentativa de criar confrontos desnecessários entre os comunicadores da rádio Araçá FM é outra frente de atuação dos milicos. Em recente episódio onde um programa jornalístico da emissora foi criticado em determinado veículo de mídia da região por não ter dado relevante importância a informação de uma condenação do ex-prefeito Marcos Martins no TCU sobre a prestação de contas da merenda escolar, o fake logo criou a invencionice de que a matéria teria sido plantada pelos próprios companheiros da emissora.
Não satisfeitos, porque o objetivo é pregar a desarmonia social, o blog de nome Revista Páginas publicou uma matéria a respeito do pré-candidato a prefeito de Mari, Clécio Souza, e a milícia digital plantou a desinformação de que teria sido integrantes da rádio Araçá a encomendar a referida matéria. Na mesma linha estratégica para criar atritos, brigas e confusões entre os integrantes da rádio Araçá FM e setores da sociedade, o mentor intelectual do Gabinete do Ódio também plantou a desinformação de que o apresentador do programa semanal Liberdade de Expressão, rotulado por eles como “cuspidor de microfone”, teria agredido o deputado estadual Walber Virgulino, quando na verdade o comunicador respondeu a um ouvinte identificado por Waldemir do Pasto Novo que comentava sobre uma reportagem ouvida em uma emissora de rádio de João Pessoa a respeito do referido deputado, sobre a redução da verba de gabinete feita pela Assembleia Legislativa. O apresentador se limitou apenas e nada mais que isso a lembrar ao ouvinte o nome do referido deputado, sem se ater ao tema abordado pelo ouvinte ou algo parecido.
Para surpresa de todos, dias depois o deputado Walber foi entrevistado pela “imprensa amiga” (assunto para outra reportagem) e fez uma série de comentários a respeito da Rádio Araçá FM certamente envenenado pelas fake news da milícia digital, agrupamento do Gabinete do Ódio criado em Mari para assassinar reputações e causar desarmonia social.
Com esse clima de ameaça e linchamento público, seja na rede social ou em locais públicos de uso coletivo, por parte de fakes milicianos e militantes políticos, com apoio de alguns setores da “imprensa amiga”, a sociedade mariense vive acuada, amedrontada, presa pelo medo de ver a qualquer momento mentiras sobre sua vida particular exposta nas telas de computadores e celulares do mundo inteiro.
Na próxima reportagem, a editoria do ExpressoPB.net vai expor como age a milícia para pressionar servidores públicos do município e do estado no intuito de aderirem a rede de disseminação das fakes sob ameaça de perderem seus empregos nas repartições públicas do estado e de futura retaliação nas repartições públicas do município, caso o projeto de poder defendido pelo Gabinete do Ódio volte a governar a cidade.
Da Redação
Do ExpressoPB