A Secretária de Saúde do município de Mari, Emanuelle Chaves, concedeu entrevista ao Programa Liberdade de Expressão da Rádio Araçá FM na última quarta-feira (11) quando apresentou um panorama da realidade da saúde no país, com consequências direta nos municípios.
“Eu acho importante a gente fazer uma avaliação do ponto de vista coletivo, do que ficar discutindo assuntos pontuais, do ponto de vista específico e acho que a gente deve expor a realidade a população de Mari para que ela entenda como está hoje a saúde pública no seu município que é reflexo de como está a nível de estado e país”, alertou.
PEC do Congelamento dos gastos – A secretária criticou a aprovação no congresso da PEC que congelou por 20 anos os investimentos na saúde: “hoje se a saúde pública no Brasil está assim, o que dizer daqui a 20 anos”, argumentou para em seguida voltar a lamentar que a população não consegue discutir isso e as perspectivas para o futuro não são boas.
Tabela do SUS – Emanuelle criticou a tabela que o SUS apresenta para o pagamento dos serviços contratados pelo sistema. Segundo ela a tabela é referente ao ano de 2010 e de lá para cá, apesar do aumento da população, detre outras demandas, o valor continua o mesmo. “Saúde hoje é uma das pastas que mais exige investimento, por que saúde necessita de novas tecnologias, porque uma radiografia hoje não é o suficiente para fechar um diagnóstico, mas alguns anos atrás era”, asseverou.
Na versão da secretária o subfinanciamento é o principal problema da saúde hoje, o dinheiro é insuficiente e a distribuição é injusta, pois os recursos de alta complexidade vão direto para os municípios que oferecem o serviço, se o município de origem não usar o serviço não se tem como reaver, pelo menos de imediato, o recurso fica com o município executor. “São municípios como João Pessoa e Campina Grande que executam os serviços que recebem diretamente os recursos, em nosso caso ainda temos Sapé que fica com cerca de R$ 92 mil por ano de internamentos, apesar de Sapé não internar por não ter condições”, esclareceu.
Emendas de custeio – Segundo a secretária o prefeito Antonio Gomes conseguiu junto a seu Deputado Federal Wellington Roberto recursos para a compra de uma ambulância e uma Van para transportar pacientes para consultas e exames fora do domicílio. Muitos recursos já saíram no final do ano, outros a gestão ainda está a espera.
Ambulâncias – A Secretária disse que as denúncias com relação as ambulâncias são sem fundamentos e garantiu que tem fundamentação técnica para debater com qualquer pessoa que deseje tratar do assunto. “Denunciar algo que dentro da política do Ministério da Saúde, dentro das portarias já está praticamente em desuso, não sei porque e eu tenho fundamentação técnicas para explicar, porque uma ambulância ela é útil dentro de um prazo de 5 anos, após 5 anos o próprio ministério aconselha a repassar, agora mesmo o próprio ministério está substituindo todas as ambulâncias do Samu que está completando cinco anos de uso, ou seja, é um protocolo dele.”, disse.
Emanuelle revelou que herdou duas ambulâncias, uma que está completando cinco anos e outra que tem cerca de 11 anos de uso, inclusive é conhecida como ‘creme craque’. “Esses bens são economicamente inviáveis, eu não posso ficar consertando porque a manutenção é um custo muito alto e os resultados praticamente inexistente.”, esclareceu a secretária.
Na visão da secretária o que o município precisa é de uma ambulância tipo A, com deslocamento rápido para rodar no território e até João Pessoa.
Série de denúncias – “Qual foi o mal que eu fiz a essas pessoas? Porque eu não to aqui para fazer política, eu nunca fiz comparação com outras gestões, não tenho interesse… então eu não sei que mal eu fiz, porque não me procuram, não apresentam fundamentos técnicos é simplesmente a denúncia pela denúncia”, disse Emanuelle em tom de indignação.
Com relação a denúncia de falta de lençóis na Policlínica Municipal, a secretária repudiou com veemência e explicou que faz pouco tempo que distribuiu lençóis a todas as repartições. “Existem lençóis de papel, de uso hospitalar e existem lençóis de pano”, explicou para em seguida questionar: “se eu compro um rolo de papel lençol de uso hospitalar, eu to comprando papel daquele que usa na padaria para enrolar pão?, claro que não, eu estou comprando algo que tem uso no serviço hospitalar”, garantiu.
“Você acha que eu não tenho condições de debater saúde pública, questionamentos SUS com qualquer pessoa?”, disse voltando a questionar se estaria fazendo algum mal a população e qual seria o objetivo de ficar denunciando, o que deixa claro a tentativa de prejudicar o governo.
Serviços a ser implantados – Emanuelle disse que deve contratar um profissional para realizar exames de biopsia, além da compra de um equipamento de conioscopia para ser realizado no próprio município.
Ainda segundo a secretária nos próximos dias será aberta a 11ª Unidade de Saúde da Família (USF) na comunidade Novo Mari, Walter Martins, Morada do Sol e Adjacências e deve inaugurar o CEO – Centro de Especialidades Odontológicas no início de maio, além de instalar os Consultórios para atendimentos especialidades.
Da Redação
Do ExpressoPB