Serra da Raiz – Curral eleitoral?

Publicado em segunda-feira, janeiro 15, 2018 · Comentar 


Primeiro me perdoem o uso do termo Curral eleitoral que não deixa de ser anacrônico. Faço uso do termo para estabelecer algumas continuidades na política local. O momento político que estamos atravessando (Tanto na esfera Nacional como Estadual e Municipal) requer algumas reflexões, sobretudo levando em consideração que estamos em um ano de eleições. É necessário pensar as relações entre os deputados e as lideranças locais da oposição e da situação. Não deixemos os assuntos que realmente interessam para o futuro de nossa cidade e País serem ofuscados pela propaganda exagerada de algo que é um direito básico (Pavimentação das ruas) e também pela presença ou não de bandas na festa de emancipação política.

Primeiro devemos entender que não vivemos em uma monarquia absolutista. O presidente não é a encarnação de Luís XIV. No sistema político sob o qual vivemos o presidente só pode atuar mediante a sua relação com o a câmara dos deputados e o senado federal. Nesta perspectiva não adianta retirar o Execrável Michel Temer se não houver também uma renovação no quadro de parlamentares. É nesta ótica que as atitudes das lideranças locais são abomináveis.

Tanto a oposição como a situação querem medir forças pelo tanto de votos que conseguem para seus deputados. Próximos das eleições até trazem os senhores candidatos para tirarem fotos com criancinhas sorrindo e apertar a mão das pessoas. Foi o caso de Camila Toscano, entre outros. O cinismo impera neste contato esporádico com a população, tendo em vista que durante o mandato se fecham nos interesses mesquinhos e barganhas políticas enraizadas em nossas estruturas de poder. Claro que isto não é uma generalização. Ao contrário do que querem nos passar: Todos os políticos não são iguais.

As lideranças locais não podem agir como se as pessoas fossem gado, fechados em currais eleitorais. Tais lideranças não podem, de forma egoísta, medir suas forças e até definir quem vai encabeçar chapas, pelo tanto de votos que conseguem para os deputados. Isto parte de uma mentalidade elitista e idiota que acredita na crença de que a população é bestializada e desta forma incapaz de fazer suas decisões. As pessoas devem escolher seus deputados pela representatividade de seus interesses. Para que os parlamentares em seus projetos e votos possam agir de acordo com as necessidades daqueles os elegeram. A cidade não é um curral eleitoral!Isto serve para situação centrada na figura de Adailma Fernandes, e na oposição, cuja representação me parece girar em torno de Noronha Monteiro e Dival Batista.

(Este texto foi resultado da discussão realizada ontem no programa Ponto de vista na Rádio nossa voz FM)

Júlio Cesar Miguel 
Acadêmico de História
Contato com a coluna:  julio543543@outlook.com

 

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