Leia a coluna Conversa Franca de Aninha Ferreira na EXPRESSO de Janeiro: “Não espere dos homens”

Publicado em quarta-feira, fevereiro 15, 2017 · Comentar 


Muito se fala que não devemos esperar recompensas, reconhecimentos ou reciprocidade de quem quer que seja para evitarmos frustrações. Entretanto, não tem jeito. A gente sempre espera, nem que seja um “muito obrigado”. Temos fraquezas relacionadas ao nosso ego e, de um jeito ou de outro, mesmo que a gente só confidencie para os próprios botões, a gente sempre espera o retorno do que oferecemos. O problema é que nem sempre ele vem, e o que nos sobra é a tal da decepção.

É ruim quando o outro não dá o devido valor para o que fazemos. É desconfortável, algumas vezes, dolorido. Difícil lidar com a ausência de reconhecimento, especialmente, quando oferecemos o melhor que somos. Quando não reconhecem o nosso trabalho, quando ignoram a nossa luta, o nosso sentimento, nossos esforços para o bem, para o crescimento de algo ou para a felicidade de alguém, a gente sente uma sensação sem nome, uma mistura de revolta com desgosto e arrependimento. Diante de situações assim, nos sentimos desestimulados, desanimados, pensamos em desistir, em mudarmos de postura para não sentirmos novamente o gosto amargo da frustração.

Criar expectativas em relação ao próximo é o mesmo que querer ter domínio sobre algo que vai além da sua vontade e/ou condição. “Coração dos outros é terra que ninguém anda”, certamente já ouviu falar isso. Quem faz tudo esperando recompensas torna-se um frustrado eterno. Não é por que você faz o bem a alguém, que receberá o bem dele. Não é por que você ajuda alguém, que será ajudado por ele. Não é por que você consola alguém, que será consolado por ele. Não é por que você serve a alguém, que será servido por ele. O retorno nem sempre vai acontecer. É isso que a gente precisa seguir, por mais estranho que seja entender. Se o reconhecimento vier, ótimo. Caso contrário, a gente não fica sofrendo pelos cantos.

Portanto, seja lá o que você queira fazer pelo outro, faça sabendo que não necessariamente, o outro fará o mesmo por você. Todavia, nesse processo, há um imenso benefício àquele que faz de coração e boa vontade, pois já é recompensado pela sua própria consciência tranquila e em paz por ter feito a sua parte. Isso realmente é o que importa para o Universo. Nada, em absoluto, passa despercebido aos olhos de Deus, e a sua justiça não falha jamais. Acredito muito que tudo o que a gente faz de certo, justo e bom no mundo, de alguma maneira, que nem sempre é a que estamos esperando, voltam ‘pra’ gente. A lei que nos rege é a de ação e reação, causa e efeito, por isso, siga em paz e faça tudo o que você acha que deve fazer, independentemente do retorno ou da gratidão das pessoas.

O ideal mesmo é fazer o que nos faz bem, o que está no nosso querer, o que a gente sente que deve fazer, de verdade, de coração, porque só assim a gente não espera mais nada de ninguém.

Aceite um conselho/dica/sugestão: Não precisa ficar aos quatro cantos do mundo declarando o que fez de bom por aí. Não precisa buscar prêmios por ser correto, cumpridor dos seus deveres e obrigações, por ser honesto, solidário, fiel. Deixe que digam ou reconheçam seus feitos. Caso nada disso aconteça, não fique julgando ou criticando quem não lhe considerou, deixe que a vida sabe cuidar. Siga o seu caminho na certeza de que fez o que deveria ser feito. Dê o seu melhor e a vida devolverá o melhor para você também. Talvez não agora, mas não duvide de que noutro momento, noutro lugar, você será recompensado pelos investimentos e esforços de hoje. A Lei de Deus comtempla o merecimento. E, caso queira esperar algo de alguém, espere apenas dEle. Espere de um Deus que enxerga as lutas de cada um e oferece muito mais do que a gente realmente merece. ♥

Aninha Ferreira
Graduada em Lic. Plena em Letras 
Contato com a Coluna: claudianne_13@hotmail.com
Janeiro – 2017 – Revista EXPRESSO, edição nº 25

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