Manifestantes em diversas capitais brasileiras, como São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Recife, fazem atos contra o presidente Michel Temer, que tomou posse do cargo nesta quarta-feira (31), após o Senado aprovar a destituição da presidente Dilma Rousseff do cargo de Presidente da República.
Em São Paulo, manifestantes se concentraram em diversas ruas e marcharam pela Avenida Paulista no início da tarde. Horas depois, houve forte reação da Polícia Militar, que avançou contra os ativistas e lançou muitas bombas de gás lacrimogênio para dispersar as pessoas que gritavam palavras de ordem contra o novo governo.
“Para o futuro do país, espero as piores coisas possíveis. Um governo empossado sem voto poderá colocar em pauta todas as medidas impopulares que jamais seriam aprovadas nas urnas”, acrescentou.
Entre os manifestantes há membros de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE) e União da Juventude Socialista (UJS). “Fora Temer”, “golpistas, fascistas, não passarão” são as palavras de ordem mais entoadas pelos manifestantes.
“Foi uma incoerência tirar Dilma da Presidência, mas não cassar os direitos políticos. Isso mostra que eles queriam mesmo é o lugar dela, mas não tiveram coragem de puni-la. A comemoração do impeachment está pequena. Isso mostra que a população não aprova Dilma, mas também não vê saída com o Michel Temer”, afirmou Diogo Leito pós-graduando da Universidade de São Paulo (USP).
No Rio de Janeiro, bairros da Zona Sul, da Zona Norte e da região central da capital fluminense registraram panelaços durante todo o pronunciamento de Temer em cadeia de rádio e e televisão às 20h. Na Cinelândia, no centro da cidade, manifestantes gritavam palavras de ordem contra o presidente.
No Recife, manifestantes e representantes de diversas entidades civis ocuparam por cerca de duas horas uma das principais vias do Recife, a Avenida Agamenon Magalhães, percorrendo, em seguida, outro importante corredor viário da cidade, a Avenida Conde da Boa Vista, até a Praça do Diário.
“Esse golpe tem um recorte muito específico, machista, misógino, pelo fato da presidenta ser mulher. Mas vem também como um ataque aos direitos do povo. Esse tempo em que o governo interino tem governado só demonstrou a intenção de retirar direitos conquistados. E a partir de agora a gente vai ter um grande retrocesso nos direitos básicos, trabalhistas, por exemplo. Não é um golpe só na presidenta Dilma, mas nos direitos do povo brasileiro”, disse Ingrid Farias, integrante da Frente Brasil Popular, que reúne movimentos sociais.
Da Redação
Com Agência Brasil