Opinião: Educar para empreender; os desafios que Mari precisa enfrentar

Publicado em quinta-feira, maio 18, 2023 · Comentar 


Foto Reprodução

Nas muitas participações em seminários, congressos, palestras e fóruns sobre desenvolvimento econômico, empreendedorismo e geração de renda que tenho estado presente desde que assumi a Gerencia da Casa do Empreendedor e a coordenação do Programa de Microcrédito Empreender Mari, em janeiro de 2021, percebo a necessidade de se tratar a importância da educação para construir uma mentalidade empreendedora desde cedo nas pessoas que precisam acreditar nos seus próprios sonhos.

Confesso que quando o assunto é política pública de geração de renda e aquecimento do setor produtivo do município, me sinto um tanto frustrado. Muito poderia ser feito caso as pessoas com poder de execução dessas políticas tivessem a compreensão da importância delas.

As ações administrativas do setor não conseguem fluir meramente de forma técnica, precisa da atuação política, através de articulação de agentes políticos comprometidos com essas políticas produtivas.

Nesse quesito, vale ressaltar que os poucos apoios que parecem chegar são de alguns parlamentares sem identidade com o setor, mas tentam usufruir de eventuais resultados dele para apresentar a sociedade como se fosse esforços seus.

No caso específico do Empreender Mari, da Casa do Empreendedor, da qual faço parte, posso afirmar que em comparação ao passado, avançamos bastante em vários aspectos: quadruplicamos os atendimentos. Focamos na liberação de crédito para os microempreendedores, capacitamos uma centena de pessoas para o setor de vendas e comércio; conseguimos formalizar uma dezena de comerciantes que estavam na informalidade e que a partir de então passam a contribuir com a previdência, ter seus direitos previdenciários/trabalhistas garantidos e ainda ajudam na arrecadação de impostos para o município.

Mesmo assim, projetos importantes e estruturantes para a economia local, como por exemplo o funcionamento da mini fábrica de polpa de frutas, que o prédio encontra-se fechado no Bairro José Américo, não conseguimos tirar do papel, seja pela questão burocrática, seja pela falta de interesse dos setores majoritários da gestão que tem minimizado as políticas públicas de aquecimento da economia.

A pergunta é a seguinte: como sobreviver em um município que não valoriza a força do trabalho de sua gente e que os agentes públicos não tem a capacidade de compreender o quanto é importante para a pujança dos negócios e da economia local oferecer essas políticas públicas?

De um lado a cobrança da sociedade que espera resultados concretos de todos os setores do serviço público e nós, no caso específico do Empreender Mari, “apiados” seja pela burocracia que o serviço público naturalmente apresenta ou pela falta de vontade política da própria gestão que se acomodou apenas na execução de obras de pedra e cal.

São esses os gargalos que encontramos a frente da Casa do Empreendedor e do Programa Empreender, lembrando que ambos são coisas distintas, um é órgão do governo e outro programa de governo. A primeira tem como missão assessorar, auxiliar médios, pequenos e micro empreendedores nas mais diversas questões contábeis, jurídicas e de assessoramento…; o segundo tem o papel efetivamente de impulsionar o desenvolvimento econômico do município, através da oferta de crédito aos micro empreendedores, mais muito mais que isso, a lei que criou o Empreender Mari é clara, a nossa missão é ser o “vetor impulsionador” das atividades econômicas, proporcionando oportunidades, criando ambiente de trabalho,  facilitando a criação das oportunidades, viabilizando mercado de compra e venda. E nesse aspecto lamentavelmente ainda não conseguimos avançar o quanto nos exige a demanda.

Ao que parece, existe uma “trava” sobrenatural quando o assunto é desenvolvimento econômico e geração de renda para a população, seja pelo fato de que muitos só acreditam na geração de emprego a partir da atração de grandes empresas e industrias [o que na prática não vai ocorrer a médio e nem a longo prazo em Mari], seja pela concepção de que “arranjos produtivos” não apresenta resultados práticos e imediatos, o que politicamente falando, não atrai o interesse da classe política que sobrevive de captação de votos.

Pois bem,  precisamos encontrar ambiente favorável para a implementação de ações e políticas econômicas que tão importante se tornam para fazer com que a economia do município possa girar e se desenvolver, criando oportunidade para as pessoas sonharem, lutarem e se realizarem…

Marcos Sales 
Gerente da Casa do Empreendedor/Coordenador do Programa EMPREENDER MARI

 

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