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Empresário baiano desistiu de assumir empresa da família para criar aplicativo — Foto: Arquivo Pessoal
O baiano Filipe Martins, de 28 anos, uniu a paixão por tecnologia, a veia empreendedora e os conhecimentos adquiridos no curso de Engenharia de Produção, para criar um aplicativo de transporte de pessoas e delivery de alimentos. Em 2022, a empresa registrou lucro de R$ 6 milhões, segundo ele, e saiu do interior da Bahia para atingir dezenas de cidades brasileiras.
Filipe Martins nasceu em Brumado, no sudoeste do estado, e se deslocava de motocicleta – assim como grande parte dos moradores da cidade – para estudar em Vitória da Conquista, maior município da região. Na época, em 2016, não havia tanta facilidade para encontrar aplicativos de transporte e foi nesse nicho que ele decidiu investir, contrariando os planos da família.
Em princípio, quando se formasse, ele assumiria a oficina que pertencia ao pai, mas decidiu que seria um desenvolvedor de um aplicativo de sucesso.
“O intuito de fazer Engenharia de Produção era suceder meu pai na empresa dele. Comecei a cursar para entender os processos, para melhorar a empresa, mas acabou que conheci outras áreas e quis fazer meu negócio”, lembrou Filipe.
Ainda estudante universitário, em 2016, Martins tinha uma ideia, mas não tinha condições financeiras para implementar o projeto. Sem mão de obra ou aporte financeiro, ele procurou profissionais de várias partes do Brasil para desenvolver um aplicativo de transporte de pessoas e de delivery em motocicletas, com um diferencial: taxas mais baixas para a clientela.
“Foi difícil encontrar programadores e convencê-los a embarcar no sonho, mas consegui encontrar um profissional em Vitória da Conquista”, afirmou o empresário, que atualmente tem um sócio investidor.
“No começo, eu não tinha muito dinheiro para investir e contratar gente, aí trouxe ele para me ajudar no operacional e suporte, em troca de uma participação na empresa”, complementou.
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Empresa Giross foi criada no sudoeste da Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
O resultado veio dois anos depois. A Giross, que inicialmente só trabalhava com motocicletas, agora também conta com motoristas de carros. Hoje, além de passageiros, a empresa também presta serviço para grandes drogarias do país, marcas de roupas e de lanches. No total, até o final de abril, havia mais de 30 mil entregadores cadastrados no aplicativo.
O alcance do serviço já é visto em 160 cidades brasileiras. Sessenta destes municípios estão localizados na Bahia e os demais. Os outros estão espalhados por estados como Espírito Santo, Sergipe, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, entre outros.
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Exemplo de precificação da Giross — Foto: Arquivo Pessoal
O empresário contou que não sabia, na época, mas a estratégia de atender a empresas seria fundamental para que a empresa continuasse na ativa durante o pico da pandemia da Covid–19.
“Ninguém estava saindo de casa, então não tínhamos passageiros e a única esperança era o delivery. Focamos totalmente nas empresas”, contou Martins.
“Muitas delas estavam desesperadas sem poder fazer entregas, e nós pudemos ajudar com a logística. Essa oportunidade nos fez crescer muito”, explicou.
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Empresário baiano desistiu de assumir empresa da família para criar aplicativo com lucro de mais de R$ 6 milhões por ano — Foto: Arquivo Pessoal
Para se manter em crescimento, Filipe afirma que sempre tem buscado oferecer novidades aos clientes. “Nós sempre buscamos inovar, principalmente no quesito de segurança, então passamos a incluir seguro para marcas e os colaboradores, além de score [pontuação] para os motoboys e motogirls”, disse.
Veja abaixo alguns diferenciais da empresa:
Sobre o futuro, Filipe Martins almeja que o aplicativo cresça ainda mais, em médio e longo prazo. Apenas para 2023, existe a expectativa de que o faturamento aumente para R$ 15 milhões. Além disso, há planos para expandir as entregas em mais 40 cidades até agosto.
Outra meta é aumentar o número de empregados internos, que atualmente é de 52, para 80 colaboradores internos até final deste ano.
Para Filipe, a trajetória de sucesso é motivo de orgulho. “É uma empresa que não teve investidores, empréstimos, nada desse tipo. A gente ganhava o dinheiro, reinvestia e foi crescendo de forma inteligente”.
Redação/G1
