Repórter segura o choro ao noticiar operação da PF contra Bolsonaro e “deboche” de Lula

Publicado em quarta-feira, maio 3, 2023 · Comentar 


A repórter Katiuscia Sotomayor

A repórter Katiuscia Sotomayor, da Jovem Pan em Brasília (DF), segurou o choro ao encerrar uma participação ao vivo no “Morning Show”. Ela noticiava a operação da Polícia Federal realizada na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira (3).

Antes de finalizar sua participação, ela citou tuítes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira-dama, Janja da Silva, reagindo à notícia.

O vídeo viralizou nas redes sociais por ela aparentar estar engolindo o choro. “Só para concluir: a gente amanheceu com um tuíte do presidente Lula falando ‘bom dia e boa quarta-feira’ e, na sequência, a primeira-dama, Janja, também postou ‘bom dia’”, disse a repórter.

Como se sabe, a Jovem Pan foi a emissora que deu sustentação a todas as atrocidades cometidas nos 4 anos de governo Bolsonaro.

Entenda o caso

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (3). O militar está entre os alvos da Operação Venire, que mira um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

A Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro adulterou a própria carteira de vacinação e as dos seus auxiliares e familiares. Com isso, o ex-presidente da República cometeu uma série de crimes: falsidade ideológica, fraude em relação a países estrangeiros e corrupção de menores, já que até a filha do presidente também teve sua carteira falsificada.

As investigações da PF apontaram que a falsificação teria o objetivo de facilitar a entrada do ex-chefe do Executivo, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A situação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também é investigada pela PF.

A ideia era emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, dessa maneira, permitir acesso a locais onde a imunização é obrigatória.

O que torna o caso ainda mais grave é o fato de o Brasil ter tido ao menos 700 mil mortes por causa da Covid-19, enquanto o então governante fazia proselitismo contra a vacinação.

A militância antivacina de Bolsonaro deixou sequelas no país que continuará fazendo vítimas, porque a atual cobertura vacinal brasileira é a mais baixa da história. Bolsonaro divulgou todo o tipo de mentira sobre vacinas, inclusive vinculando imunizantes à Aids.

Como o esquema foi descoberto

1. Inicialmente, um médico bolsonarista da prefeitura da cidade de Cabeceiras (GO) preencheu o cartão de vacinação contra a Covid-19 para Bolsonaro, Laura, Mauro Cid e sua mulher.

2. Com o cartão em papel, o grupo então tentou registrá-lo no sistema eletrônico do SUS no município de Duque de Caxias (RJ), para que ele pudesse ser considerado oficial e valer, por exemplo, em viagens internacionais.

3. Como o lote de vacinas informado tinha sido enviado para Goiás e não para o Rio, o sistema rejeitou as informações. Aí começou uma troca de mensagens entre Mauro Cid e seus ajudantes que acabaria flagrada na operação revelada hoje.

4. Por essas mensagens, a Polícia Federal apurou que foi preciso conseguir um outro número de lotes de vacinas, este do Rio, para fazer o registro. Depois que o cartão de vacinação foi registrado e se tornou oficial, o grupo baixou os arquivos, imprimiu os cartões e os apagou do sistema. Assim, quem procurasse os registros de vacinação do grupo no sistema eletrônico não encontraria.

5. Só mesmo depois de ter acesso às mensagens de Cid e fazer uma perícia no sistema é que a Policia Federal descobriu a adulteração. Até então, não se sabia que Jair Bolsonaro e sua filha também haviam registrado cartões falsos.

 

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