
O Globo Repórter, ícone do jornalismo televisivo, comemora 50 anos em 2023, ao mesmo tempo que sua apresentadora chega aos 55. Sandra Annenberg é daquelas unanimidades nacionais que todo mundo adora ver na telinha exibindo seu largo sorriso, dando declarações sinceras e bem-humoradas, sempre fazendo jornalismo com humanidade e empatia.
E, depois de mais de 30 anos de Globo, é assim também que ela pretende envelhecer em frente às câmeras: com honestidade, sem firulas e livre para ser quem é.
“Adoro fazer aniversário, adoro a idade que tenho, sempre gostei de falar disso. E agora também tenho uma nova luta, combater o etarismo, que se une ao feminismo que eu vivi em casa desde cedo porque já era uma luta da minha mãe”, disse Sandra em um papo virtual na última semana.
“Eu não saí do vídeo ao longo desses 32 anos. É importante a gente ter essa representatividade. Eu estou envelhecendo e ponto. As mulheres precisam envelhecer e continuar no vídeo.”
Feminismo e etarismo
“Minha mãe foi feminista nos anos 70, a primeira mãe desquitada da escola. Mães de outras meninas não as deixavam ir a minha casa porque existia esse preconceito com as mulheres separadas. Desde essa época as questões de igualdade de gênero são muito importantes para mim.”
Sandra fala sobre igualdade inclusive em relação ao “direito” de envelhecer que só é dado aos homens. “Meus cabelos brancos são assunto, quando isso jamais aconteceria com tantos colegas homens na TV. A gente não discute a idade dos homens, só a das mulheres. E a nossa geração está quebrando essas barreiras.”.
De fato, os cabelos grisalhos de Pedro Bial ou William Bonner nunca foram manchete.
Isso quer dizer que envelhecer não a incomoda? “De jeito nenhum, é difícil, não é nada fácil. Mas eu estou aprendendo a lidar com isso. Estou negociando comigo. Eu poderia pintar os cabelos, fazer botox, que já fiz três vezes, aliás, e detestei. Não posso perder as expressões, senão não sou eu. Mas não fico me olhando no espelho e olhando as rugas. Meu rosto está ficando marcado de um jeito que eu acho muito legal. Por enquanto é assim e, se incomodar, também posso mudar de opinião.”.
Longevidade x vaidade
“A saúde e a finitude são as coisas que me pegam. Eu tenho menos tempo para viver do que já vivi. O que me incomoda nesse processo é sentir dores nas costas, por exemplo. Também tive problemas nos dentes recentemente porque tenho bruxismo. Esse tipo de coisa da velhice me incomoda mais do que a aparência. Cada vez que faço meu check-up anual me dá um alívio quando os exames mostram que está tudo bem. E isso dá uma zerada e fico feliz para me cuidar ainda mais.”.
Cuidar da saúde é prioridade para a jornalista, mas sem neuras. “Faço pilates, caminhada, adoro andar, treino funcional. Tudo light, mas todo dia. Tenho alimentação bem saudável, mas me permito comer um pouco a mais às vezes, uma tacinha de vinho, tem que ter prazer.”
Menopausa
“Estou convivendo com esse monstro desde os 50 anos. Desconfiei que estava no climatério quando acordei uma noite ensopada de suor, sendo que eu nunca suo. Demorei para entender o que estava acontecendo comigo. Poderia ter começado a reposição hormonal antes. Hoje ela me ajuda muito, mas o fato é que nunca mais seremos as mesmas. Estou descobrindo uma nova pessoa. Recentemente eu limpei meu guarda-roupa, por exemplo. Tirei o que não serve mais, não tem por que guardar. Eu ganhei barriga, ganhei bunda. A gente não ganha peitos na gravidez? Por que não podemos mudar nessa fase também? A gente tem que se redescobrir.”.
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Redação/Uol-Viver Bem





