Foto Reprodução
Para muitas mulheres, a maternidade é uma realidade transformadora, que muda suas vidas para melhor e permite que se apreciem ainda mais. No entanto, para outras, ela representa uma mudança que nem sempre é vista como positiva.
Corinne Maier, uma psicanalista e escritora francesa, de 57 anos, com dois filhos, é uma dessas mães. Em entrevista à BBC, Corinne, que escreveu em 2009 um livro chamado “No kids: 40 good reasons not to have children” (em tradução livre: “Sem crianças: 40 boas razões para não se ter filhos”), falou um pouco sobre o seu sentimento em relação à maternidade.
A psicanalista escreveu que a nossa sociedade é “obsessiva” por crianças e que os filhos são vistos como uma “garantia” de sucesso, felicidade e status social. Por conta disso, aqueles que optam por não ter filhos são considerados “de segunda classe” e egoístas, tendo que constantemente justificar sua escolha.
Corinne falou que tem razões para “odiar” as crianças e que não age com hipocrisia, escondendo-se atrás do idealismo.
A escritora afirmou que “criar um filho é 1% de felicidade e 99% de preocupação”, e que esse é um trabalho que consome muito tempo. Também compartilhou que criar os dois filhos a deixou cansada e a levou à falência.
Ela defende que é preciso parar de “vender” a ideia de que filhos são sinônimo de felicidade, porque isso é uma ilusão.
Apesar de a realização com a maternidade ou paternidade hoje em dia ser vista como algo “compulsório”, Corinne revelou que sua experiência pessoal é bem diferente, e que percebe o quanto se tornou o estereótipo da “mãe judia” (superprotetora, intromissiva e controladora).
Segundo ela, a tendência que os pais têm de cuidar excessivamente das crianças pode fazer com que elas cresçam “hipercontroladas e hiperobservadas”. A escritora ainda comemorou que, em breve, sua filha se formará e ela não terá mais que bancá-la.
Corrine ainda explica que a relação que os adultos fazem das crianças com o futuro é fruto de uma incerteza sobre o que nos espera daqui para a frente, e que a paixão que sentimos por elas está ligada com a preocupação com o futuro da humanidade.
No final da entrevista, ela deixa uma mensagem bastante polêmica às crianças: “Bem-vindas e boa sorte na entrada neste mundo podre, que seus pais, que te amam muitíssimo, te deixaram.”
Um ponto de vista bastante polêmico. O que você acha disso?
Redação/OAmor