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Em encontro com dirigentes municipais no Palácio do Planalto (PT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo, contará em breve, com uma “sala de prefeitos”, para facilitar a interlocução dos gestores locais com a administração federal e também com a Caixa Econômica, para obtenção de recursos para a execução de obras.
“[A sala de prefeitos] não vai ser apenas nas capitais, nas cidades de porte médio também. Para evitar que os prefeitos viajem a Brasília, fiquem batendo cabeça, entrando em gabinete de deputado, pedindo favor, indo atrás de ministro que não está e não pode atender, e volta para a sua cidade com as mãos abanando. Nós queremos evitar isso”, disse Lula, que informou que o anúncio da iniciativa deverá ser feito pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, no fim do mês.
O evento desta tarde marcou o início do “Mãos à Obra”. A plataforma digital tem o propósito de mapear o conjunto de obras que necessitam ser retomadas em cada município. A definição das demandas será feita pelos dirigentes municipais, que também terão a responsabilidade de abastecer a base de dados abastecida. Segundo o governo federal, os gestores terão até 10 de abril para enumerar quais são as prioridades.
“O sucesso do PAC, em 2007, aconteceu porque envolvemos prefeitos e governadores para saber quais obras eram importantes. Eu não quero saber de qual partido é o prefeito, o governador. Eu não quero saber se é católico ou evangélico, se é ateu. O que eu quero saber é se naquela cidade é se o povo está necessitando de alguma coisa que a gente possa fazer”, disse Lula, que reafirmou estar disposto em restabelecer a interlocução com prefeitas e prefeitos, independentemente da corrente partidária.
Nos últimos quatro anos, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se notabilizou por cortar canais de comunicação e fomentar embates com lideranças que demonstraram divergência no pensamento ideológico daquele difundido pelo ex-chefe do executivo, o que, segundo analistas, estimulou desavenças políticas regionais.
Estiveram no encontro desta sexta-feira no Planalto, e com direito à palavra, a prefeita de Banzaê (BA), Jaílma Dantas (PT); a prefeita de Serra Talhada (PE), Márcia Conrado (PT); o prefeito de Ararendá (CE), Alexandre Félix (PT); e o prefeito de Recife (PE), João Campos (PSB).
Em seu discurso, o presidente Lula também citou que há, atualmente, 14 mil obras interrompidas no país. Segundo levantamento do Tribunal de Contas da União, o percentual de obras públicas paralisadas chegou a 38,5% nos últimos dois anos.
No evento também foram anunciados reajustes de até 39% nos repasses do governo federal para a compra da merenda escolar. A estimativa é que sejam investidos R$ 5,5 bilhões neste ano, abrangendo 40 milhões de alunos de escolas públicas.
“Essa merenda escolar está há sete anos sem reajuste, o salário mínimo está há sete anos sem reajuste, o servidor público federal está há sete anos sem reajuste”, completou Lula.
Entre outros ministros, participaram os responsáveis pela pasta da Educação (Camilo Santana), Relações Institucionais (Alexandre Padilha), da Casa Civil (Rui Costa) e Gestão e Inovação (Esther Dweck), além da primeira-dama Janja Lula da Silva.
Da Redação
Com InfoMoney
