Conselho de Ética analisa suposta quebra de decoro de Wilson Santiago nesta quarta

Publicado em quarta-feira, novembro 9, 2022 · Comentar 


 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados reúne-se nesta quarta-feira (9) para discutir e votar processo disciplinar contra o deputado Wilson Santiago (Republicanos). O paraibano é acusado pelo Novo por denúncias de crimes de organização criminosa e corrupção passiva. A investigação é oriunda da Operação Pés de Barro.

O colegiado da Câmara vai apurar se a conduta do parlamentar se enquadra em quebra de decoro. As penalidades previstas vão desde censura (verbal ou escrita) a perda de mandato. O caso será relatado pelo deputado Alexandre Leite (União-SP).

O processo contra Wilson Santiago foi aberto no Conselho de Ética em abril deste ano. O Supremo Tribunal Federal (STF) havia determinado o afastamento do mandato do deputado, mas a Câmara derrubou a decisão em fevereiro de 2020.

Nas eleições deste ano, Wilson Santiago foi reeleito para um novo mandato na Câmara Federal. O candidato obteve 84.407 votos.

Operação Pés de Barro

A operação tem como base um acordo de colaboração premiada. O colaborador disse à Polícia Federal que teria sido pressionado a pagar propinas que variavam entre 10% e 5%. As vantagens ilícitas, de acordo com a Polícia Federal, viriam de suposto superfaturamento das obras da Adutora de Capivara.

O sistema adutor deve se estender do município de São José do Rio do Peixe ao município de Uiraúna, no Sertão da Paraíba. As obras contratadas, inicialmente, pelo montante de R$ 24,8 milhões já teriam permitido, de acordo com as investigações, a distribuição de propinas no valor R$ 1,2 milhão.

O ex-prefeito de Uiraúna, João Bosco, e o deputado federal Wilson Santiago são alvo da investigação. O ex-gestor chegou a ser filmado colocando dinheiro que seria de propina na cueca.

Outros investigados

Além de Wilson Santiago, o Conselho também vai analisar a conduta dos deputados Bia Kicis (PL-DF), Carla Zambelli (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Éder Mauro (PL-PA) e Soraya Manato (PTB-ES).

Bia Kicis (PL-DF): a deputada é acusada por PT e PSOL de incitar motim de policiais militares na Bahia ao fazer postagens relacionadas à morte do policial Wesley Soares Góes, em Salvador.

Carla Zambelli (PL-SP): a deputada é acusada pelo PT de incentivar a população a “se armar contra as medidas de gestores” e causar “pânico na sociedade” ao afirmar que o governo de Sergipe usou um decreto de calamidade pública relacionado à pandemia para acabar com o direito de propriedade.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP): foram instaurados dois processos para apurar a conduta do deputado. O primeiro, de autoria do PT e do PDT, acusa o deputado de falar contra o uso de máscaras durante a pandemia. No outro processo, Eduardo deve responder sobre uma postagem em que chamou mulheres de “portadoras de vaginas”, o que foi considerado misógino e preconceituoso na representação apresentada por cinco partidos: PSB, PT, PDT, PSOL e PCdoB.

Soraya Manato (PTB-ES): a deputada é acusada pelo PT de ter publicado mensagens ofensivas contra o senador Humberto Costa (PT-PE).

Da Redação
Do Jornal da Paraíba

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