Uma jovem de 27 anos está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por causa da Síndrome de Haff, também conhecida como a doença da “urina preta”.
Kelly Silva comeu sashimi de tilápia e salmão em um restaurante de Goianésia (GO) com uma prima antes de sentir os sintomas, segundo familiares. Ela foi carregada para o hospital por causa da paralisia nos músculos, conforme contou a mãe dela, Maria da Conceição.
“Nem a cabeça ela conseguia levantar, era uma fraqueza muito grande. Ela começou com sensação de desmaio e foi perdendo muita força. Ela foi carregada para o hospital porque não conseguiu ir com as próprias pernas”, lamentou a mãe.
Segundo o pai da jovem, Nivaldo Carlos da Silva, ela perdeu as forças nos membros do corpo e, com o agravamento dos sintomas, chegou a não ter mais movimentos nos pés e nas mãos.
O episódio aconteceu no dia 24 de junho e a jovem está internada desde então. No entanto, o caso só foi divulgado nesta segunda-feira (12/7). As autoridades não revelaram o nome do restaurante e se limitaram a dizer que “uma inspeção foi realizada no local sem que fosse preciso interditá-lo”.
“Ela está tendo de passar por hemodiálise todos os dias para ajudar os rins, que não estão trabalhando de forma adequada”, informou o pai.
Sua origem exata ainda é misteriosa, mas pesquisadores encontraram uma unanimidade: todos os pacientes, mesmo fora do Brasil, consumiram algum animal que vive na água, muitas vezes a doce.
Alguns especialistas já levantaram a suspeita de que ela seja causada por uma bactéria, mas isso é considerado pouco provável. A hipótese mais aceita é que a doença seja causada por algum tipo de toxina, ainda não identificada, que contamine o alimento e provoque o quadro.
Os sintomas da doença de Haff costumam aparecer entre duas e 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos.
Além dos incômodos sentidos pelo corpo e a coloração escura da urina, o quadro pode causar insuficiência renal. Isso acontece pois os músculos, quando lesionados, liberam uma substância chamada mioglobina no sangue, o que pode prejudicar os rins (e também é responsável pelo xixi preto).
As sequelas mais graves, no entanto, só costumam acontecer caso o paciente não tenha cuidado rápido e eficiente. Outras sensações comuns são a falta de ar, dormência e perda da força do corpo.
Exames podem ser pedidos para confirmar o diagnóstico, mas como não se sabe exatamente o que causa a doença, o mais importante será ouvir o histórico dos pacientes.
Por ser rara, identificar a doença pode ser difícil, mas a recomendação é que um profissional de saúde seja procurado assim que os sintomas surgirem.
O tratamento é feito com base nas consequências que a doença deixou. Os pacientes geralmente ficam internados e são tratados com reposição de fluidos e suporte intensivo ou semi-intensivo.
Os profissionais de saúde buscam amenizar sintomas como dores, falta de ar e auxiliando a situação dos rins com aparelhos, quando necessário.
Se for um quadro leve, os indícios da doença somem em alguns dias, sem a necessidade de internação ou uso de aparelhos médicos. Porém, ainda assim, a avaliação médica é importante.
Da Redação
Com Pragmatismo Político