Novas denúncias de corrupção antecipam atos contra Bolsonaro para 3 de julho

Publicado em segunda-feira, junho 28, 2021 · Comentar 


As manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) serão antecipadas para o próximo sábado (3) de julho. Os episódios da última semana, com a acusação do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, de que Bolsonaro não tomou providências sobre as denúncias de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin antecipou os protestos. As denúncias também vão turbinar o superpedido de impeachment que será apresentado pela oposição nos próximos dias.

A campanha “Fora Bolsonaro”, que encabeçou os atos pelo impeachment em 29 de maio e 19 de junho, convocou para o próximo dia 3 nova mobilização nacional contra o presidente. A manifestação estava marcada para 24 de julho. A ideia é aproveitar o calor das revelações para mobilizar a população e pressionar o governo.

O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), que já anunciou o superpedido de impeachment, também chama para os atos contra Bolsonaro.

Participam da campanha as frentes Povo Sem Medo, a Brasil Popular, a Coalizão Negra por Direitos, ‘Povo na rua, Fora Bolsonaro’, Fora Bolsonaro Nacional, UNE, Coletivo Juntos, e os partidos PT, PCdoB, Psol, e UP.

“DIA 3 É RUA PARA TIRAR BOLSONARO! Movimentos sociais de todo o Brasil, que compõem a Campanha Fora Bolsonaro, acabaram de decidir pela antecipação das manifestações para o próximo sábado. Vamos às ruas! #3JForaBolsonaro”, escreveu Guilherme Boulos (Psol), que lidera a frente Povo Sem Medo.

Superpedido de impeachment

Para reunir os mais de 120 pedidos de afastamento de Jair Bolsonaro protocolados na Câmara dos Deputados, uma ampla articulação produziu o superpedido de impeachment, com todos os crimes cometidos pelo presidente desde sua posse, em 1º de janeiro de 2019. Raimundo Bonfim, da coordenação da Central dos Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, duas das entidades que assinam o documento, comenta que o peso político desse pedido é maior, pois contém a pressão da sociedade já vista nos dois grandes atos pelo impeachment do presidente, nos dias 29 de maio, o #29M, e 19 de junho, o #19J.

“Aí tem dois elementos. Um, porque trata-se de um pedido unificado a parte das várias iniciativas. Tanto dos partidos políticos quanto dos movimentos e das frentes. Isso tem uma simbologia muito forte. Segundo: é o pedido das ruas, porque é construído e será apresentado a partir das mobilizações de 29 e maio e 19 de junho. Portanto, ele é um pedido que vem com a força muito grande das mobilizações de rua”, disse Raimundo Bonfim. “Diferente dos outros, que, em razão da pandemia, foram todos protocolados sem pressão das ruas.”

O coordenador da CMP comenta que uma agenda de luta está sendo organizada entre a data da entrega do superpedido de impeachment que reúne mais de 700 entidades de todas as bandeiras políticas até o terceiro grande ato Fora Bolsonaro, que foi antecipado e será realizado no dia 3 de julho, o #3J. “Na próxima mobilização nós queremos fazer um processo envolvendo mais os trabalhadores e as trabalhadoras, envolvendo mais a periferia, ampliando o aspecto político pelo Fora Bolsonaro”, acrescenta Raimundo.

Expectativa de acolhimento

O protocolo do pedido será acompanhado de um ato com participação das lideranças políticas e sociais e aberto à participação popular, em Brasília, nesta quarta (30), às 14h. Para Tânia Maria de Oliveira, integrante da coordenação executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a expectativa é que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, aceite e acate o documento, pois não existe mais espaço para omissões.

“A expectativa é que o presidente da Câmara dos Deputados acolha o pedido de impeachment. Não tem mais espaço para ficar fingindo que as coisas não estão acontecendo. Que os crimes cometidos pelo presidente da República não estão sendo cometidos todos os dias, de forma reiterada e repetida. Noticiados no mundo inteiro, inclusive. Inúmeros crimes de responsabilidade. Não é possível que ele (Arthur Lira, presidente da Câmara) vá fingir que não está vendo ad aeternum.”

Da redação/ Com Wscom PB

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