Enem 2020: três paraibanos tiram nota máxima em matemática e enfatizam luta contra o tempo

Publicado em quarta-feira, março 31, 2021 · Comentar 


Três paraibanos estão no seleto grupo de candidatos do Enem 2020 que tiraram a nota máxima na prova de matemática, naquela que é considerada por muitos como a mais temida do concurso. Trata-se dos estudantes Luiz Henrique Pereira e Danillo Fernandes e do professor Ronaebson Ferreira, que realizaram a prova e fizeram 975 pontos (de um total de mil), ficando bem acima da média nacional de 520,73. Um desempenho que, segundo os próprios autores da façanha, exigiu muito estudo, é bem verdade, mas principalmente uma rotina de trabalho que é comparável a de um atleta. O tempo curto, afinal, é o maior dos desafios.

Luiz Henrique Pereira, de 19 anos, explica o tamanho do problema que o estudante tem que enfrentar: 45 questões de matemática e mais 45 questões de ciências da natureza num curto intervalo de tempo. De forma que, para ele, trata-se de uma experiência extremamente exaustiva. “Eu sempre tive facilidade na área de exatas, mas isso não é o suficiente”, explica, dizendo que uma prova dessas exige, acima de tudo, “muita atenção”.

A preparação, então, lembra a de um maratonista. Estudos diários e ininterruptos. Nos primeiros meses de 2020, com a quarentena em curso, o trabalho era em casa. A partir de outubro, contudo, com a reabertura, Luiz Henrique disse que alugou uma cabine de estudos no bairro de Miramar, em João Pessoa.

“É um ambiente exclusivamente voltado para o estudo. Você paga uma mensalidade e aluga uma cabine exclusiva para si, com isolamento acústico, ar-condicionado, internet. Eu chegava às 9h e só saía às 22h, todos os dias. Fazia uma pausa de duas horas para almoço e mais uma hora para jantar. O resto era concentrado nos estudos”, destaca.

Ao todo, eram dez horas diárias de preparação. “A vantagem de uma cabine de estudos dessa é que lá estão todos focados. Não existia distrações”.

Durante o ano, sua rotina semanal incluía a realização de um curso extensivo de todas as disciplinas, um outro isolado em matemática e ainda simulados regulares que se aproximavam daquilo que ele encontraria no dia da prova. Tudo em nome de regular bem o tempo para cada questão.

Preocupação parecida tinha Danillo Fernandes, também de 19 anos. Ele frequentava o mesmo local de Luiz Henrique e tinha a sua própria cabine de estudos. Ele é outro a dizer que o conhecimento em si chega a ser algo coadjuvante para atingir a nota máxima.

“A prova do Enem é muito boa porque você não precisa de um conhecimento extremamente amplo em matemática, mas você precisa ter consciência do tempo”, opina Danillo.

Danillo Pereira fala do trabalho que é organizar o tempo — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
Danillo Pereira fala do trabalho que é organizar o tempo — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Para ele, nem todo mundo que sabe matemática conquista uma boa nota porque, ao se distrair por algum motivo no dia da prova, comete erros, estoura o tempo que possui a disposição para responder todas as perguntas. “Ter essa nota é muito recompensador”, comemora.

Ainda assim, mesmo creditando à organização de seu tempo o sucesso obtido, ele admite ter uma relação próxima com a disciplina. “Sempre fui fã de matemática, sempre gostei”.

Enfim, o professor Ronaebson Ferreira ratifica o discurso dos estudantes. “Essa prova exige muita concentração, muita estratégia”, resume, dizendo-se orgulhoso pela feito conquistado pela Paraíba.

“Três pessoas da Paraíba tirando a maior nota de matemática do Brasil é algo que nos enche de orgulho e de esperança de que podemos fazer a diferença”, comemora Ronaebson.

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Da redação/ Com G1 Paraíba

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