Denunciado na Calvário, Romero Rodrigues se diz surpreso e nega ter recebido R$ 150 mil em propina

Publicado em quarta-feira, março 24, 2021 · Comentar 


O ex-prefeito de Campina Grande e presidente estadual do PSD, Romero Rodrigues, se manifestou sobre a denúncia do Ministério Público contra ele, divulgada nesta quarta-feira (24). O ex-gestor demonstrou estar surpreso pela denúncia oferecida pelo MPPB, no âmbito da Operação Calvário. Segundo a denúncia, com base em depoimento do delator Daniel Gomes, da Cruz Vermelha, teria havido um pagamento de R$ 150 mil, em 2012, destinado à campanha para eleição de Romero à Prefeitura de Campina Grande.

“Acusação totalmente infundada, frágil e que não se sustenta diante de qualquer averiguação mais acurada”, argumentou o ex-prefeito. Mesmo manifestando respeitar o trabalho realizado pelo Ministério Público, ele alegou que nunca autorizou ninguém a receber dinheiro em seu nome, em favor da campanha a prefeito em 2012 e o próprio advogado apontado como intermediário na entrega do suposto recurso em duas parcelas, já negou qualquer participação dele ou de Romero em qualquer tratativa com a organização, ainda que, em 2012, fosse legalmente permitida a doação de empresas privadas às campanhas eleitorais.

Romero Rodrigues disse estranhar que se fale em contrato com a Cruz Vermelha quando, em verdade, Campina Grande nunca nem terceirizou serviços. “Há uma confusão de fatos na denúncia”, pontuou o ex-prefeito.

Romero denunciado

O ex-gestor de Campina Grande foi denunciado pelo Ministério Público da Paraíba no âmbito da Operação Calvário, nesta quarta-feira (24). Além dele, também foram denunciados Jovino Machado da Nóbrega Neto, Saulo Ferreira Fernandes e Daniel Gomes da Silva.

De acordo com a investigação, a campanha eleitoral de Romero Rodrigues, em 2012, teria sido abastecida com propinas pela organização criminosa que seria encabeçada pelo ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho.

O modelo de gestão por meio de organizações sociais seria implantado no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) e no Hospital Pedro I, que passariam a ser geridos pela Cruz Vermelha do Brasil – filial do Rio Grande do Sul, representada por Daniel Gomes da Silva. Para isso, teria sido paga propina no valor de R$ 150 mil.

Parte do dinheiro teria sido entregue em mãos a Romero Rodrigues e outra parte teria sido entregue por meio do advogado Jovino Machado da Nóbrega Neto, que na época ocupava o cargo de coordenador jurídico do Estado da Paraíba.

A investigação aponta ainda que, por fatos alheios à vontade dos investigados, o contrato com a Cruz Vermelha acabou não sendo feito, e houve uma ruptura nos acertos com o município de Campina Grande. Ocorre que, embora a Câmara Municipal tenha aprovado o projeto de lei que permitiria que organização gerisse o hospital, houve uma ruptura política entre Cássio Cunha Lima, que era o líder político na gestão de Romero Rodrigues, e Ricardo Coutinho.

O Ministério Público pede a perda do cargo, emprego ou função pública dos investigados, além da perda de eventual mandato eletivo e reparação dos R$ 150 mil aos cofres públicos por Romero Rodrigues e Jovino Machado da Nóbrega Neto. Também pode ser cobrado um valor por danos morais coletivos.

Da redação/ Com Click PB

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