MacBook Air 2020. — Foto: Reprodução/Apple
O notebook não terá um cooler, componente utilizado para refrigerar o computador – isso porque os novos processadores esquentam muito menos. A promessa é que ele seja capaz de executar tarefas pesadas, sem fazer barulho.
O notebook tem tela de 13,3 polegadas, e pode ser configurado para ter até 16 GB de RAM e 2 TB de armazenamento. O processador tem oito núcleos. Os preços nos Estados Unidos começam em US$ 999 – ainda não há detalhes de valores no Brasil.
Transição
Essa não é a primeira vez que a Apple muda a arquitetura dos chips de seus computadores.
Isso aconteceu em 1994, quando a empresa deixou de usar processadores Motorola 68k e adotou o PowerPC. A companhia repetiu o movimento em 2005, quando abandonou o PowerPC e passou a usar o Intel x86.
A terceira grande transição acontece agora, com a adoção dos processadores ARM, que estão sendo chamados de Apple Silicon. A primeira geração desses chips foi batizada de “M1”.
O que é ARM?
Processador da Apple para computadores, o M1. — Foto: Reprodução/Apple
ARM é um tipo de processador que utiliza a arquitetura RISC (uma sigla em inglês para Computador com um Conjunto Reduzido de Instruções).
Os chips RISC possuem menos flexibilidade em termos de instruções – o programador precisa especificar mais os passos. Por outro lado, eles consomem menos energia, e são velozes ao executar essas instruções.
Esses processadores também geram menos calor, dispensando o uso de sistemas de refrigeração muito complexos – o que pode ajudar a baratear e deixar os notebooks mais leves.
É diferente dos chips da Intel, utilizados nos MacBooks lançados até agora, que utilizam a arquitetura CISC (uma sigla em inglês para Computador com um Conjunto Complexo de Instruções).
Os chips CISC possuem conjunto maior de instruções guardadas no próprio componente, o que o torna mais eficaz para lidar com tarefas complexas – por ter essa característica, os processadores demandam mais espaço físico e consomem mais energia.
A vantagem dos processadores CISC em relação ao RISC é a otimização para grandes demandas, como edição de vídeos – é como se ele tivesse atalhos para executar alguns dos comandos. Porém, atualmente, os chips ARM também são capazes de lidar com essas tarefas.
A Apple promete maior performance de processamento e de gráficos, com menos consumo de energia, se comparado com os processadores recentes para notebooks.
Compatibilidade
Essa mudança de arquitetura vai causar um período de transição nos computadores da Apple – isso porque o sistema operacional e os programas precisam ser otimizados para funcionar nos novos chips.
O macOS Big Sur, versão mais recente do sistema operacional da companhia, está otimizado para o M1.
A empresa disponibilizou ferramentas para os programadores e em seu sistema que irá possibilitar que os MacBooks com chips ARM traduzam os códigos da arquitetura antiga para a nova.
Além disso, a própria Apple já otimizou alguns dos seus softwares voltados para profissionais, como o editor de vídeos Final Cut Pro, e tem trabalhado com empresas como Adobe (Photoshop, Premiere) e Microsoft (pacote Office) para que os programas delas também cheguem adaptados.
Como os chips ARM também são usados nos iPhones, muitos dos aplicativos para o celular poderão ser instalados nos computadores.
E os computadores antigos?
A novidade também impacta os MacBooks antigos, já que há uma preocupação sobre quanto tempo o sistema operacional e os programas continuarão a ser atualizados. A Apple ainda não especificou por quantos anos manterá o suporte, mas a expectativa é que tudo funcione durante anos.
Da redação/ Com G1