A cantora Vanusa morreu na madrugada deste domingo (8) na casa de repouso em Santos, no litoral de São Paulo, onde morava há mais de dois anos. O enfermeiro da Barros Residência para Idosos percebeu, por volta das 5h30, que ela estava sem batimentos cardíacos. A causa da morte foi insuficiência respiratória.
A artista tinha depressão e problemas de saúde causados pelo uso excessivo de medicamentos tarja preta, que a deixaram debilitada. Em setembro, ela esteve internada no Complexo Hospitalar dos Estivadores, também em Santos, com problemas respiratórios e retenção de líquido. Ela passou dias intubada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) por apresentar baixa saturação de oxigênio e pressão arterial. Dias depois, foi diagnosticada com pneumonia e anemia.
Segundo informações, Vanusa teve um sábado (7) feliz com a visita da filha mais velha, Amanda. Ela teria cantado, brincado e se alimentado bem.
O filho da cantora, Rafael Vannucci, está a caminho de São Paulo para tomar as providências sobre velório e enterro da mãe.
Há alguns anos, Vanusa enfrentava problemas com dependência química, crises de depressão e complicações causadas por uma síndrome demencial. Nos últimos 11 anos, a cantora precisou passar por alguns períodos de internação.
A primeira, em 2009, aconteceu após a estrela errar a letra do Hino Nacional em uma solenidade na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Meses depois, o vídeo viralizou na internet.
Por conta da depressão, em 2011, ela foi internada pela segunda vez, onde ficou até maio de 2012. Em 2017, a artista voltou a ser internada, mas dessa vez para cuidar da dependência química.
“Há 12 anos ela foi atingida por problemas com remédios, bebidas, depressão e dependência química. Tudo piorou há cerca de 5 anos quando ela foi afetada pela bactéria, a Helicobacter pylori, contraída ao tomar água. Essa bactéria a fez emagrecer quase 40 quilos e isso agravou seu estado. Ficou muito debilitada e as medicações passaram a não fazer mais efeito”, revelou Rafael Vannucci naquela ocasião.
De acordo com o filho da cantora, “o estágio da doença da minha mãe é muito avançado. Ela não se alimenta mais sozinha, está acamada, usa fraldas, não tem dentes na boca por não ter força no tratamento dentário. A minha mãe não se lembra mais de muitas pessoas, e por conta disso a gente decidiu, com consentimento e opinão dos médicos, que a clínica seria o melhor lugar para ela estar”.
Vanusa Santos Flores nasceu em 22 de setembro de 1947, na cidade de Cruzeiro, em São Paulo, mas foi para Minas e cresceu em Uberaba e Frutal. Aos 16 anos, tornou-se vocalista do conjunto Golden Lions.
Em 1966, durante os últimos anos do movimento cultural Jovem Guarda, apresentou-se no programa “O Bom”, de Eduardo Araújo, na extinta TV Excelsior de São Paulo. Foi contratada e ficou conhecida pela canção “Pra Nunca Mais Chorar”. O sucesso a fez participar do programa Jovem Guarda, da Record TV.
Em 1968, gravou o primeiro álbum e se apresentou como compositora. Na carreira, teve músicas de sucesso como “Manhãs de Setembro” e “Paralelas”. Em 1977, fez a telenovela Cinderela 77, da Rede Tupi, com Ronnie Von.
Vanusa gravou 23 discos, foi premiada em festivais internacionais, e vendeu mais de três milhões de cópias. Em 1997, publicou a autobiografia: “Vanusa – A Vida Não Pode Ser Só Isso!”, pela editora Saraiva. Em 2005, participou de concertos comemorativos pelos 40 anos da Jovem Guarda.
Em 1999, Vanusa estreou no Teatro Santa Catarina, o musical “Ninguém é Loira por Acaso”. Ela já havia atuado em Hair, em 1973. Em 2015, lançou o álbum de canções inéditas “Vanusa Santos Flores”, produzido por Zeca Baleiro.
A cantora foi casada duas vezes. Com o músico Antônio Marcos, ela teve as filhas Amanda e Aretha, e o ator e diretor de TV, Augusto César Vannucci, é o pai de Rafael Vannucci.
Da redação/ Com R7