Ameaça a Democracia: Eduardo Bolsonaro diz que, ‘se esquerda radicalizar’, resposta ‘pode ser via um novo AI-5’

Publicado em quinta-feira, outubro 31, 2019 · Comentar 


Dias após lembrar da ditadura garantindo que “história vai se repetir” durante pronunciamento na Câmara, o deputado federal Eduardo Bolsonaro falou novamente sobre a ditadura militar, dessa vez, apresentando o AI-5 como uma possível resposta ao que ele considera como “radicalização da esquerda”.

A menção ao ato institucional que fechou o congresso e marcou o período mais violento da ditadura no Brasil foi feita durante entrevista à jornalista Leda Nagle, veiculada no canal do YouTube dela na manhã desta quinta-feira (31).

“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. A resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada”, afirmou o filho de Jair Bolsonaro.

AI-5

Na noite de 13 de dezembro de 1968, o governo do general Arthur da Costa e Silva , baixou o Ato Institucional número 5 (AI-5). O ano de 1968, conhecido como “o ano que não acabou” ficou marcado por sucessivos protestos contra a ditadura militar e foi considerado pelos militares como uma “resposta” a essas tensões. O ato institucional é considerado por historiadores como a medida mais dura dentro do regime militar e se constituiu em uma espécie de carta branca para o governo punir como bem entendesse os seus opositores políticos.

Entenda alguns dos principais pontos sobre o AI-5:

Ponto 1:

Com a medida, pessoas presas por crimes políticos ou contra a segurança nacional perderam o direito ao habeas corpus, ou seja, podiam ser presas por policiais sem mandado judicial indefinidamente.

Ponto 2:

O AI-5 aumentou os poderes do presidente da República para que ele, sem intermédio do Judiciário, pudesse decretar o fechamento do Congresso Nacional e intervir nos estados e municípios. A medida permitia ainda a cassação de mandatos parlamentares e suspensão dos direitos políticos de qualquer cidadão por dez anos, entre outras coisas. O presidente também podia demitir ou aposentar servidores públicos.

Ponto 3:

Durante seus dez anos de vigência, o documento fundamentou a cassação dos mandatos de 110 deputados federais e de sete senadores, de 161 deputados estaduais, 22 prefeitos e 22 vereadores. No total, essas cassações descartaram arbitrariamente mais de seis milhões de votos. Por meio do AI-5, também foram cassados três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de professores universitários e pesquisadores. Todos críticos ao regime militar.

Ponto 4:

O congresso permaneceu fechado por 10 meses: seria reaberto apenas em outubro de 1969, para a realização das eleições presidenciais que acabariam conduzindo o general Emílio Garrastazu Médici à presidência e elegendo o vice Augusto Rademaker.

 

 

Da Redação

Com Último Segundo – iG

Comentários