Jovem de 21 anos estuprada faz desabafo nas redes: “Esse é meu tio, irmão da minha mãe. Ele me estuprou”

Publicado em quinta-feira, julho 11, 2019 · Comentar 


“Esse é meu tio, irmão da minha mãe. Ele me estuprou ontem, dia 20/06. Por favor compartilhem, pois ele está sumido e me machucou muito, me enforcou até eu desmaiar durante o ato. Ele precisa pagar pelo que fez! Acabou com minha vida, eu só quero morrer”

O depoimento acima foi publicado no Twitter pela jovem Monique Roza, de 21 anos. Até a publicação deste texto, a denúncia já acumula 73 mil ‘retweets’ e 84 mil curtidas na rede social.

Alguns homens tentaram criminalizar Monique, afirmando que ela é culpada de alguma forma. Mas a maioria das manifestações é de solidariedade com a jovem.

A partir do relato de Monique, outras mulheres sentiram-se encorajadas para compartilhar casos. “Espero que você fique bem e seja forte. Quando postei foto do cara que me estuprou na infância apenas de alerta, me chamaram de mentirosa. Espero que não aconteça contigo, mas se acontecer, peço que seja forte”, reagiu uma internauta.

Outra usuária compartilhou um episódio que aconteceu em sua família:

“Houve um caso na minha família. Um tio do interior, toda vez que vinha passar uns dias na capital, se hospedava na casa de um irmão que tinha duas filhas. Uma das filhas, tempos depois, resolveu contar o que o tio fazia. Ele esperava todos da casa dormirem e ia até o quarto delas para molestá-las. Nunca chegou a concretizar a conjunção, mas fazia outras coisas tenebrosas. Numa ocasião em que os pais saíram, ele ficou sozinho em casa com as meninas e aí tentou a conjunção com uma delas. Ela contou o ocorrido aos pais e familiares, que não acreditaram. A história foi abafada. Depois, souberam que o sujeito ‘atacou’ uma vizinha. Só assim acreditaram nas meninas. O tal tio hoje vive normalmente com a família dele e ninguém mais toca no assunto”.

A denúncia de Monique

Em entrevista ao portal Universa, Monique disse que o tio que a estuprou fazia o papel de “legalzão” da família. O crime aconteceu no feriado de Corpus Christi (20).

Naquele dia, sobrinha e tio combinaram que ela iria para sua casa, onde mora também a mulher dele. Os três passaram aquela quinta-feira ouvindo música, cantando no karaokê. O genro de sua tia completou o coral. Mais tarde, o grupo resolveu passar numa lanchonete perto da casa onde estava.

“Eu coloquei um body e short. Ele desceu meu shorts e falou que eu não podia usar porque estava muito curto. Mas não levei na maldade. Achei que era cuidado. Vesti o short de novo e saímos assim”.

Na volta para a casa, a mulher de seu tio esqueceu a carteira no bar e voltou para pegá-la. Ficaram na sala tio, sobrinha e o genro. O tio mandou o rapaz “dar uma volta”. Segundo Monique, ele ficou no quintal e presenciou tudo. É a principal testemunha do caso.

“Meu tio trancou a casa. De repente, ele me deu um beijo. Eu recuei, assustada. Ele falou para eu ficar calma e ‘confiar no titio’. Lembro dele em cima de mim falando um monte de coisa. Lutei um pouco e levei mordidas. Ele me enforcou e eu desmaiei”, disse Monique ao Universa.

“Fui arrastada pela casa e então ele fez tudo que queria. A mulher dele chegou e, junto com o genro dela, conseguiram entrar. Eu estava no chão do quarto deles e meu tio no sofá da sala como se nada tivesse acontecido. Ele falava para eu não contar para ninguém. A mulher dele não conseguia parar de chorar”.

A própria mulher do tio ligou para a mãe de Monique. A mãe da jovem pegou um carro, foi até o local do crime e resgatou a filha. De lá, foram direto para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Jacarepaguá (RJ). Em seguida, registraram a ocorrência na 72ª DP (São Gonçalo).

Desde aquele dia, o tio de Monique saiu da casa e nunca mais foi visto. A delegada Debora Rodrigues, da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), Região Metropolitana do Rio de Janeiro, informa que o homem já foi localizado, mas que foi “muito difícil encontrá-lo”. A delegada disse que o homem deve prestar depoimento esta semana. Se ele não aparecer, sua prisão poderá ser decretada.

Avó materna quis abafar o caso

Segundo Monique, sua avó materna, que também é mãe do seu tio, não quis acreditar no caso. “Minha avó ficou horrorizada no começo. Disse que preferia estar morta, mas pediu para eu não ir ao médico nem à polícia. Acho que queria abafar o caso. Alguns dias depois, pediu para pegar minhas coisas de sua casa porque se mudaria dali. Cheguei lá com tudo para fora da casa e as portas trancadas, com fechaduras trocadas”.

A jovem morava com a avó materna desde que entrou em depressão no ano passado após o término de um relacionamento. Seus outros três tios, irmãos da sua mãe, moravam bem próximo e tinham boa relação com a sobrinha. A mãe de Monique tem outras duas filhas, de 13 e 17 anos.

Neste momento, Monique está tomando o coquetel anti-HIV cujos efeitos colaterais são vômito e disfunção hepática, entre outros. A jovem também toma calmante que a deixa dopada na maior parte do dia.

Questionada sobre ter medo de represálias, Monique não titubeou: “Sempre vi casos em que a vítima foi abusada por anos e não denunciava por medo e até por ameaça do estuprador. E sempre pensei: ‘se fosse comigo, faria de tudo para sair dessa situação e conseguir justiça’”.

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Roza@monique_roza

Eu não estou em condições de responder nem como sair de mentirosa, eu tomei duas bezetacil no hospital, tirei sangue e fiz corpo delito… queria q q fosse mentira e q isso nunca tivesse acontecido

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Da Redação 
Com Pragmatismo Político
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