Paulo Henrique Amorim: apoiadores de Bolsonaro comemoram morte do jornalista da Record: ‘Lixo’

Publicado em quarta-feira, julho 10, 2019 · Comentar 


A morte do jornalista Paulo Henrique Amorim, aos 77 anos, um dos rostos mais reconhecidos da comunicação brasileira, tendo figurado nos principais noticiários do país, pegou de surpresa os fãs do comunicador, mas, infelizmente, o profissional acabou sendo alvo de comentários maldosos por membros da extrema direita, simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, que demonstraram insensibilidade, e até chegaram a comemorar o falecimento do fundador do blog “Conversa Afiada”, que atualmente era um dos contratados da Record.

Nas caixas de comentários de redes sociais como o Twitter, ou mesmo nos comentários de blogs de extrema direita, como “Jornal da Cidade Online”, apoiadores de Bolsonaro teceram comentários depreciativos para se referir ao jornalista Paulo Henrique Amorim, chamando-o de “lixo” e “inseto”, por exemplo – veja algumas reações abaixo.

 

Nos últimos anos, por causa da enorme polarização política que tem dividido o país desde o fim das eleições de 2014, o inconformismo do tucano Aécio Naves com a derrota nas urnas, e a consequente deflagração do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Paulo Henrique Amorim passou a ser execrado por setores da população que se identificam com pensamentos mais conservadores, à direita. O apresentador da Record, por sua vez, era declaradamente de esquerda, apoiador incondicional do Partido dos Trabalhadores e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de ter sido um crítico ferrenho do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça Sergio Moro, e do hoje presidente Jair Bolsonaro.

Recentemente, Paulo Henrique Amorim foi afastado de suas funções como apresentador da revista eletrônica “Domingo Espetacular”, da Record. Em nota, a emissora do bispo Edir Macedo informou que a saída do comunicador do noticioso aconteceu por causa de uma renovação da atração. Externamente, especula-se que Paulo Henrique tenha sido vítima de boicote por causa de suas críticas a Jair Bolsonaro, que mantém uma relação de proximidade com a Record.

Apesar de comentários maldosos, houve quem, apesar de discordar ideologicamente de Paulo Henrique Amorim, lamentasse a perda do profissional que ele era, além de respeitar sua humanidade e a dor que a família está sentindo.

 

CARREIRA

Paulo Henrique Amorim estava na Record TV desde 2003, após passagens de sucesso por diversos veículos de imprensa, deixando um legado para o jornalismo brasileiro, tendo atuado também como correspondente internacional em Nova York da revista Realidade e, posteriormente e da revista Veja. Na televisão, passou pela extinta TV Manchete e pela TV Globo, também como correspondente internacional.

Em 1996, Paulo Henrique Amorim foi para a TV Bandeirantes, onde apresentou o Jornal da Band. Depois, foi para a TV Cultura. Em 2003, foi contratado pela TV Record, onde apresentou o Jornal da Record. Ajudou a criar a revista eletrônica Tudo a Ver na emissora. Depois, assumiu a apresentação do Domingo Espetacular, onde ficou até junho deste ano.

Paulo Henrique Amorim trabalhou em jornais, revistas, televisão, Internet e publicou livros. Cobriu eventos com repercussão internacional: a eclosão do vírus ebola na África (1975 a 1976); a eleição (1992) e a posse do então novo presidente norte-americano Bill Clinton (1993); os distúrbios raciais (1992) e o terremoto (1994) de Los Angeles; a guerra civil de Ruanda e a rebelião zapatista no México (1994).

 

Da Redação 

Com Tv Foco

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