‘Programinha de merda, mal escrito’, afirma Luis Gustavo ao questionar sucesso de Sai de Baixo

Publicado em terça-feira, fevereiro 12, 2019 · Comentar 


Um dos quatro atores a participar do Sai de Baixo (1996-2002) do início ao fim, Luis Gustavo revelou que nunca entendeu a repercussão da comédia sobre uma família endividada no Largo do Arouche, em São Paulo. “Por que um programinha de merda, mal escrito, fazia tanto sucesso?”, disparou o intérprete de Vavá nesta terça-feira (12), durante o lançamento de Sai de Baixo – O Filme, que chega aos cinemas nacionais no dia 21.

Marisa Orth, intérprete da burra Magda, tentou intervir e defender a atração: “Ah, o texto não era tão ruim assim”. Foi prontamente cortada por Miguel Falabella, o eterno Caco Antibes. “Era sim. Tanto que, na hora da leitura do texto da semana, a gente nem pegava o roteiro, só ficava contando histórias do nosso cotidiano.”

Para Falabella, o Sai de Baixo sofreu muito durante seus dois primeiros episódios, quando o elenco ainda tentava se ater ao texto. “Lembro que a gente brigou, não queria fazer, mas o Daniel Filho [diretor] mandou a gente subir no palco e seguir em frente. Só no terceiro episódio a gente esqueceu o roteiro e começou a improvisar, isso acabou se tornando a grande marca do Sai de Baixo”, explicou.

A crítica do ator é dirigida a si mesmo, já que ele escreveu o primeiro capítulo do Sai de Baixo, A Festa de Babete, com Maria Carmem Barbosa. Já o segundo episódio, Tio Lico Subiu no Telhado, ficou nas mãos do roteirista Flavio de Souza.

Os atores concordam que o improviso salvou o Sai de Baixo. Tanto que a opinião de Luis Gustavo sobre a série só mudou agora, 17 anos depois da atração sair do ar. “Ontem, eu vi o filme como um espectador e finalmente entendi. É muito engraçado para quem está de fora”, explicou o ator de 85 anos, que aparece em apenas cinco minutos do longa –ele não pôde participar da obra inteira por problemas de saúde.

Vavá não é a única ausência sentida no longa: Márcia Cabrita, intérprete da doméstica Neide Aparecida, morreu em 2017, vítima de um câncer de ovário. E Claudia Jimenez, que viveu Edileuza na primeira temporada, chegou a aceitar o convite para fazer o filme como uma homenagem à amiga, mas acabou desistindo.

Assim, Cacau Protásio estreia na franquia como Cibalena, a nova empregada da família, e uma das duas mulheres do porteiro Ribamar (Tom Cavalcante). A outra é interpretada por Katiuscia Canoro. “Inicialmente, o Ribamar seria casado com a Edileuza e com a Neide Aparecida, mas tivemos que mudar os planos”, contou Falabella, que também assina o roteiro do longa.

Aliás, o ator e roteirista precisou reescrever seu texto várias vezes. Os bastidores forçaram outras mudanças nos planos do filme. Além da troca de empregadas e da diminuição na participação de Vavá, Aracy Balabanian também virou incerteza na pele da perua Cassandra.

“Ela fechou contrato para gravar durante três dias. Mas, depois, falou que queria viajar com a gente [no ônibus do filme]. Eu falei: ‘Quer saber? Desisto de escrever também!’”, contou Falabella.

E tanto trabalho para adaptar o texto, claro, acabou jogado no lixo no primeiro dia de gravações. “Assim que entramos no ônibus, eu e o Tom começamos a improvisar. E assim foi durante boa parte das gravações”, ressaltou o ator.



Fonte: UOL

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