Secretária desmente declarações sobre a saúde de Mari e ‘enquadra’ ex-prefeito: “falta com a verdade”

Publicado em sábado, fevereiro 9, 2019 · Comentar 


A Secretária de Saúde do município de Mari, Dra. Emanuelle Chaves, rebateu durante entrevista ao Programa Liberdade de Expressão da Rádio Araçá FM nesta sexta-feira (08) as declarações do ex-prefeito Marcos Martins durante entrevista na terça-feira (05) no mesmo programa no qual fez duras críticas a gestão de saúde do município.

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Munida de um ‘catatau’ de documentos, Emanuelle rebateu esclarecendo ponto a ponto a cada denúncia feita por Marcos. “Eu não costumo fazer esse tipo de coisa, mas fui provocada, acusada inclusive de sumir com bem público e não posso me calar diante de tais acusações, o ex-prefeito faltou com a verdade”, disse a secretária logo no início da entrevista.

Ambulâncias – A secretária afirmou que, diferente do que disse o ex-prefeito, a gestão 2013/2016 só possuía duas ambulâncias, e não três como ele disse, conforme consta na ata do Conselho Municipal de Saúde e ofício resposta encaminhado a promotoria assinado pela então secretária Margarete Martins (ofício nº 198/2016 de 25/10/2016 resposta ao PA nº 40/2016). Nesse ofício a então secretária afirma que são duas ambulâncias em circulação e uma terceira alugada que ficava na retaguarda, só utilizada quando as que estavam em uso quebravam, inclusive que a terceira ambulância encontrava-se sem licença sanitária para operar, tendo sido motivo de processo administrativo (PA) por parte do MP.

Emanuelle falou da ambulância DUCATO adquirida em 2006 e a Master adquirida em 2013, as quais o ex-prefeito se referiu e esclareceu que a ambulância DUCATO passou um ano parada na gestão de MM, conforme consta na Ata do Conselho Municipal de Saúde de 02 de janeiro 2014 e justificou que a manutenção dessa ambulância é antieconômica, honerosa e de baixo rendimento, o que não compensa colocá-la para rodar. “Em 2016, por exemplo, a gestão dele gastou quase R$ 20 mil em peças e consertos, portanto é um gasto alto e quase que permanente”, esclareceu.

Com relação a Master, a Secretária rechaçou veementemente a declaração do ex-prefeito de que teria desaparecido da frota municipal. “Não cometi nenhum ato contra o patrimônio público ou bem público, não uso e nunca usei desse expediente”, disse ao tempo em que confirmou que a ambulância encontra-se em uma oficina aguardando peças e que estará logo em breve circulando.

SAMU – Sobre o Serviço de Atendimento de Urgência, onde a secretária foi acusada de recusar em 2012 a implantação do serviço, a Dra. Emanuelle disse que a Portaria do MS nº 2.026/2011 regulamentou a implantação do serviço regionalizado, tendo como um dos critérios retaguarda hospitalar e o município de Mari não tinha hospital, sendo Sapé o município com melhores condições conforme os critérios exigidos, portanto, nunca sendo verídica essa possibilidade naquele período.

“Na gestão do ex-prefeito sim, a ata do Conselho Municipal de Saúde do dia 05 de dezembro de 2013 consta a apresentação do projeto do Samu apresentado pela então secretária Margarete para a implantação do Samu e porque não implantaram?”, questionou.

Medicamentos – Acusada de deixar faltar medicamentos na Farmácia Básica, Emanuelle disse que em 2012 deixou um sistema de atualização diário e online, que identifica o paciente e o medicamento que recebe, mas que esse sistema passou praticamente os 4 anos da gestão do ex-prefeito sem atualização, conforme declaração da própria secretária em reunião do Conselho Municipal de Saúde do dia 11 de novembro de 2016 e do dia 07 de dezembro 2016 e inclusive se mostrou preocupada com o possível corte de recursos para compra de medicamentos fruto da descontinuidade de atualização do ORUS (nome dado ao sistema). “Quem tem mais condições de falar de entrega de medicamento, quem tem dados concretos, atualizados e verídicos ou quem não tem se quer como comprovar a quantidade de pessoas que receberam, nem mesmo os medicamentos dispensados?”, questionou.

A secretária também afirmou que em 2015, a promotoria de justiça encaminhou ao então prefeito e a então secretária um ofício nº 62 cobrando providências com vistas a irregularidades na Farmácia Básica, inclusive com vista a licença para o funcionamento da mesma.

Mini Upa – Segundo a gestora da saúde mariense, não se trata de uma Mini Upa, mas de um posto de saúde, iniciado em 2014 – na gestão do ex-prefeito – com falhas na estrutura e nos ambientes da obra, inclusive o Conselho Municipal de Saúde reunido em dezembro de 2016, final da gestão de MM foi constatou em ata que a obra se encontrava inacabada por falta de recursos, tendo sido uma informação prestado ao conselho pela própria secretária.

Comida do CAPS – “Sobre isso não vou nem comentar, pergunte aos profissionais da policlínica,  eles sabem, pois eles se alimentam da comida do CAPS, que antes não tinha isso, inclusive eu almoço da comida de lá”, disse.

Falta de médicos nos PSF’s, plantonistas e agendamentos – A secretária disse que a escala de janeiro de 2015 e ano de 2016, segundo livro de ocorrência à época, não tinha médico nas terças e quartas-feiras. Emanuelle acrescentou que em oito Atas do Conselho Municipal de Saúde, durante três anos há registro de falta de médicos.

Sobre os agendamentos das consultas, a secretária disse que estranha que o ex-prefeito que é funcionário do Ministério da Saúde não tenha conhecimento que o agendamento das consultas nos PSF’s é orientação do órgão que ele faz parte.

Especialidades – Criticada por não haver no município médicos especialistas, Emanuele voltou a dizer que o ex-prefeito faltou com a verdade e revelou que quando assumiu em janeiro de 2019 haviam apenas 4 especialidades implantadas no município: cardiologia, pediatria, psiquiatria, Ultrassonografia; e atualmente o município oferece 9 especialidades: dermatologia, pequenas cirurgias, reumatologia, neurologia, cardiologia, urologia, ginecologia, gastro endocrinologia e otorrinolaringologista.

Academia de Saúde e obras – A academia de saúde do José Américo foi emenda do deputado Wilson Filho em 2012, o dinheiro ficou e a gestão se seguiu não encaminhou a conclusão. “Ora, foram quatro anos para se concluir porque foi repassado R$ 20 mil em uma parcela, depois se repassou mais R$ 50 mil, o dinheiro está em conta, mas porque não concluiu se já tinha licitação e tudo?”, questionou. Emanuelle ignorou o fato do ex-prefeito se intitular o pai de todos os serviços implantados em Mari: “falar que tudo que tem na saúde foi ele que trouxe não é legal, o pai de uma criança é quem gera ou quem cria?”, fez a comparação. “Nós botamos para funcionar o CEO, CEAS, PSF e outros serviços e o que interessa é a população sendo beneficiada com os serviços”, disse.

A secretária Emanuelle Chaves fez outros esclarecimentos, disse que se necessário voltará a responder qualquer acusação e se prontificou a esclarecer dúvidas e questionamentos de qualquer cidadão, desde que os questionamentos tenham caráter coletivo, pois os assuntos individuais de pacientes devem ser tratados na Secretaria de Saúde.

Da Redação 
Do ExpressoPB

 

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