O juiz federal Sérgio Moro desacatou uma ordem judicial neste domingo (8) ao divulgar um despacho solicitando que o ex-presidente Lula permanecesse preso. Moro afirmou que desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), Rogério Favreto, que concedeu habeas corpus mais cedo ao petista, não tinha competência para fazê-lo.
Para o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), que é advogado e ex-presidente da OAB-RJ, a atitude de Moro configura desobediência à ordem judicial, já que hierarquicamente ele está abaixo do desembargador do TRF4. O mesmo pensa o advogado Douglas Alexandre de Oliveira Herrero, que encaminhou ao tribunal um ofício pedindo a prisão do juiz de Curitiba.
Já há algum tempo que a atuação de Moro com relação à Lula é questionada por juristas e especialistas. O magistrado, em inúmeras ocasiões, foi registrado sorrindo ao lado de políticos anti-Lula ou acusados de corrupção, o que, em tese, o torna suspeito para julgar o ex-presidente. Foi a partir da condenação de Moro em primeira instância que o TRF4 condenou o petista a 12 anos e 1 mês de prisão em segunda instância pelo caso do “triplex do Guarujá”.
Fórum resgatou 11 momentos em que o juiz de Curitiba foi flagrado em situações que colocam em xeque sua independência jurídica para julgar Lula. Confira.