Conversa Franca, com Aninha Ferreira: “Limites”

Publicado em terça-feira, junho 12, 2018 · Comentar 


LIMITES – Por Aninha Ferreira

Todos nós temos os nossos limites. Ninguém aqui aguenta tudo sempre e ainda com carinha de simpatia. Cada um, em seu estado evolutivo, sabe (ou pelo menos deve saber) quando dá para seguir e quando o melhor mesmo é parar por ali. O problema é insistir. O problema é continuar dando murro em ponta de faca, vendo o sangue escorrer, e ainda assim, achar que ainda pode mais. Quando ultrapassamos os nossos limites, estamos correndo um sério risco de nos perdemos, de sofrermos em demasia ao empurrarmos algumas situações/relações “com a barriga”. Os limites não são sinônimos de fraqueza ou desistência, eles são nossas fronteiras pessoais, o freio interno necessário para não colocarmos os pés pelas mãos e sofrermos.

Respeite o seu limite. Respeite o seu direito de dizer “já deu para mim”. E caso não compreendam, que fiquem sem compreender. Simples assim. O seu limite precisa ser respeitado, e não, compreendido. Não permita que abusem da sua boa vontade, que insistam no que nitidamente você não precisa ou suporta fazer. Conheça a si mesmo e compreenda que o seu limite existe para que você consiga ser quem é de uma maneira saudável, sem cobranças excessivas, sem pressões que não condizem com aquilo que é da sua natureza suportar. É verdade que vivemos pressionados por todos os lados… a pressão é tanta que muitos já nem sabem mais para onde estão indo, o que estão realmente fazendo, quem realmente são. A cobrança massacra e autocobrança também, o que é bem pior. Mas, será que é preciso tanto? Será que devemos viver nessa pressa constante que nos faz passar por cima de tanta coisa, inclusive, de nós mesmos?

Posso dizer que, em tudo, vou até o meu limite. Além dele, nem mais um passo. Já ultrapassei tanto, que não admito mais fazer o mesmo. O respeito que tenho pelas experiências e cicatrizes que carrego, não me permitem ultrapassar as minhas limitações humanas. Não é honesto comigo, entende? Talvez o meu ponto final em algumas situações soe estranho para alguns, mas é aquela coisa: para uns, o limite é um corte profundo na carne, para outros, um arranhão já é suficiente. Cada um sabe o que suporta e, principalmente, o que merece. Por isso, dou um basta sem medo em tudo aquilo que me fere em demasia, que me desgasta e suga sem necessidade. Saio de qualquer lugar que não me cabe, de qualquer relação repleta de quases… Eu não me autoflagelo. Luto, mas não corto meus pulsos. Não choro nas madrugadas sem fim por quem ri e dorme tranquilo, não me coloco de lado para priorizar quem ou que não vale a pena. Sabe a reciprocidade? Então, sou fã dela e faço questão. Algumas coisas e/ou pessoas não valem sacrifícios, não valem sequer um ruga de preocupação.

Com muito custo, eu entendi que nada é tão importante quanto a minha Paz, o meu sossego, o meu respirar aliviado; nada deve roubar o meu equilíbrio, a cumplicidade que tenho com meus botões, o cuidado que preciso ter com o meu coração. Não desisto fácil, mas sei exatamente até onde devo ir, até onde posso ir. Quando as pernas travam e o coração angustia, faço as malas e recomeço. Sou livre para ir, mas também sou livre para voltar. Volto, e de cabeça erguida. Portanto, se você chegou ao seu limite, aceite o meu conselho: pare. Pare com a relação, com a situação, com questões que só aumentam o tamanho da sua cicatriz, que só lhe trazem desassossego e estresse desnecessários. Pare de reclamar e tenha atitudes. O seu limite não é meu, não é do seu amigo e nem do seu amor, É SEU. E merece ser respeitado, a começar por você. Se você não tem consciência disso, é melhor começar a ter.

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