Com doença rara, francês passa por transplantes de rosto e ganha nova identidade

Publicado em quinta-feira, abril 19, 2018 · Comentar 


Três meses após o seu segundo transplante facial, o francês Jérôme Hamon, 41 anos, revelou sua nova ‘identidade’ durante uma reunião com a mídia local nesta semana. Ainda com a face imóvel, o primeiro homem do mundo a passar por dois transplantes de rosto disse estar feliz e satisfeito, após vivenciar um histórico de complicações causado por uma doença rara.

Hamon, que sofre de uma enfermidade genética que deformou seu rosto, conhecida como neurofibromatose tipo 1 ou doença de von Recklinghausen, contou que se uniu ao cirurgião plástico Laurent Lantieri, em 2010, para realizar o primeiro procedimento em um hospital da rede pública de Paris. Ele relatou que depois dos dois transplantes já consegue notar uma nova face que, mesmo não ajustada a seu crânio, traz à tona suas características.

“Me sinto muito bem, mas não posso negar que estou louco para me livrar logo do tratamento”, disse ele ao canal Europe1 , se referindo ao tratamento imunossupressor, que tem como intuito prevenir novas rejeições.

Transplantes anteriores e nova feição

Durante o período de recuperação de seu primeiro transplante, Jérôme afirmou ter contraído um resfriado simples e disse que, após tomar um antibiótico, percebeu seu rosto começando a se deteriorar.

No ano passado, já com o diagnóstico de que o remédio ingerido era incompatível com o tipo de tratamento que estava submetido, o francês teve que “retirar” o rosto devido à fase avançada de necrose. Em setembro, Hamon voltou para a fila de pacientes que aguardavam por um transplante.

Depois de meses “sem rosto” e em terapia intensiva no Hospital Europeu Georges-Pompidou, em 14 de janeiro deste ano, a Agência de Biomedicina conseguiu um doador compatível para o rapaz, que realizou a segunda cirurgia no dia seguinte, nos Hospitais de Assistência Pública de Paris (AP-HP), e novamente com a equipe de Laurent Lantieri.

Com o aval da Agência Nacional de Segurança de Medicamentos (ANSM), os cirurgiões costuraram um rosto novo em Jêróme, e usaram uma técnica para a preservação do enxerto, onde além de permanecer imerso em solução clássica, beneficiou-se das propriedades da hemoglobina de verme marinho para reter oxigênio.

“Foi como colocar uma máscara, conectando-a com a anatomia da cabeça. Para mim, os transplantes foram um sucesso. No primeiro, acreditei que aquele seria meu rosto para sempre, e agora, me sinto da mesma forma. É uma sensação boa, é minha identidade. Sou eu”, concluiu.

Da Redação
Com IG

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