Instituto de Gilmar Mendes recebeu R$ 2 milhões da J&F, diz jornal

Publicado em quinta-feira, junho 15, 2017 · Comentar 


O Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem como um dos sócios o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu pelo menos R$ 2,1 milhões em patrocínios nos últimos dois anos do grupo J&F, que controla a JBS, e que tem como donos os empresários Joesley Batista e Wesley Batista – os irmãos que firmaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-geral da República (PGR). As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo, na manhã desta quarta-feira (14).

Ao jornal, o IDP diz ter devolvido R$ 650 mil no dia 29 de maio, após a revelação do acordo de delação premiada de executivos da empresa. Além disso, afirma ter rescindido contrato assinado em 11 de junho de 2015, em razão de cláusula contratual “relacionada à conduta ética e moral por parte do patrocinador”. A JBS diz ter gastado R$ 1,45 milhão desde 2015 com o IDP. No entanto, não menciona a devolução de R$ 650 mil.

Um dos congressos patrocinados ocorreu em abril, em Portugal, pouco depois dos executivos da JBS firmarem acordo de delação com o Ministério Público Federal. No evento, participaram magistrados, ministros do governo de Michel Temer, advogados e políticos.

A homologação da delação da JBS foi realizada pela ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF. O assunto tem rendido críticas da sociedade, de advogados e magistrados, que questionam os benefícios concedidos aos irmãos Batista. Gilmar tem sido um dos críticos da homologação e defendeu que a homologação da delação fosse discutida pelo plenário.

A Folha de S. Paulo, em outra reportagem, também apontou que a família de Gilmar vende gado para o frigorífico. Na ocasião, questionado, “o ministro diz que não havia motivo para se declarar impedido de participar de votações sobre assuntos envolvendo a empresa”.

Da Redação
Com Congresso em Foco

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